Falar de repressões fascistas e do tem as denunciar ate pelos Estados Democraticos fazendo com que o Estado assuma os erros se penalize deles e apoie os sofredores é algo que continuaremos a fazer pois por cá sauda-se um genocida na AR e nao se impoe ao Estado uma penalização séria e um pedido de desculpas formal aos que foram alvo da repressão fascista salazar-caetanista!
No Brasil o filme Ainda Estou Aqui mostra a diferença!
Indicado a 3 Oscars, incluindo Melhor Filme Estrangeiro, e vencedor do Globo de Ouro de Melhor Atriz com Fernanda Torres baseado no livro Crime e Castigo de Juliana Dal Piva que vai além do drama familiar retratado no filme resgatando documentos, fatos e personagens que trazem luz aos eventos ocultados pela ditadura esta sai como merece - na lama!
O deputafo Rubens Paiva do PTB era formado em engenharia, e foi eleito deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em 1962.
Com o golpe militar de 1964, foi cassado pelo primeiro Ato Institucional e autoexilou-se
Ao retornar ao Brasil, voltou a exercer a engenharia e cuidar de negócios, mas manteve contato com exilados.
Em 1971, a repressão do regime prendeu-o , suspeitando de envolvimento com o guerrilheiro Carlos Lamarca.
Rubens foi morto nas dependências de um quartel militar entre 20 e 22 de janeiro de 1971 o seu corpo foi enterrado e desenterrado diversas vezes por agentes da repressão até ter seus restos jogados ao mar, na costa da cidade do Rio de Janeiro, em 1973, dois anos após seu assassinato.
Mas relatemos mais em pormenor, a partir do wikipedia
Nano de 1969, depois de uma visita a Santiago, para ajudar a exilada Helena Bocayuva Cunha, filha de seu amigo Bocayuva Cunha(também deputado cassado após o golpe), que fora implicada no sequestro do embaixador Charles Burke Elbrick, Rubens Paiva voltou para o Brasil.
Algum tempo depois, pessoas que traziam uma carta de Helena endereçada a Rubens foram presas pelos órgãos da repressão política e a policia politica suspeitou que Rubens Paiva fosse o contato de "Adriano", codinome de Carlos Alberto Muniz, militante do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8) e de Carlos Lamarca
Por tal seis homens que disseram pertencer à Aeronáutica, armados com metralhadoras, invadiram a casa de Rubens Paiva no Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 1971, para o prender, sem contudo apresentar um mandado de prisão.
Rubens acalmou os invasores, pediu que guardassem as armas e vestiu-se.
Saiu de terno e gravata, guiando o próprio carro e a recuperação posterior desse carro seria a prova de que o ex-deputado fora preso. o que os órgãos de repressão negavam.
Paiva foi levado para o quartel do comando da III Zona Aérea e acareado com duas senhoras estas senhoras tinham ido visitar os filhos no Chile e foram presas ao desembarcar de volta no Rio de Janeiro: uma era mãe de Almino Afonso, a outra de Helena Bocayuva.
Uma delas passou mal, Paiva amparou-a e foi então golpeado por um oficial, e depois de responder com um palavrão, foi surrado até ficar estendido no chão.
Eunice, sua esposa, também foi detida no mesmo dia, juntamente com sua filha de quinze anos, Eliana, e permaneceu incomunicável durante doze dias enquanyo que Eliana foi solta no dia seguinte, e deixada na Praça Saens Peña, na Tijuca.
Entre o dia de sua prisão e o seguinte, Rubens Paiva foi transferido, da III Zona Aérea para o Destacamento de Operações Internas (DOI-CODI), no quartel da Polícia do Exército, onde teria sido novamente torturado.
No caminho reclamava que não conseguia respirar, mas chegou consciente ao quartel.
Foi interrogado e à noite outros prisioneiros ouviram ele pedir água a um carcereiro.
De madrugada, o médico do DOI-CODI, Amílcar Lobo, foi chamado ao quartel e encontrou o prisioneiro nu, deitado numa cela no fundo do corredor com os olhos fechados, corpo marcado de pancadas e sinais de hemorragia interna.
O médico aconselhou que levassem-no ao hospital, mas o major que lhe acompanhava nao concordou.
Segundo testemunho de Lobo, Paiva morreu por causa dos ferimentos sofridos em sessões de tortura.
Sua esposa Eunice tentou diversas vezes que o governo investigasse o desaparecimento do marido, foi ao Superior Tribunal Militar (STM) e ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, sendo sempre barrada pelo endosso que o governo fazia do desaparecimento.
No STM foi barrada pelo general Jurandyr de Bizarria Mamede, no Conselho pelo voto do ministro da Justiça.
A versão falsa seria desmascarada apenas em 2014, depois de depoimento à Comissão Nacional da Verdade feito pelo major Raimundo Ronaldo Campos, que admitiu ter montado a versão com a ajuda de dois companheiros, incendiando e atirando no suposto fusca no qual Paiva teria sido resgatado por subversivos, para que ele assim fosse encontrado, confirmando a versão oficial de resgate.
Em carta, ainda em 1971, ao Conselho de Defesa dos Direitos Humanos, com base em relato de testemunhas, Eunice Paiva contou que provavelmente seu marido começara a ser torturado no mesmo dia de sua prisão, durante o interrogatório realizado na sede da III Zona Aérea, localizada junto ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, à época sob o comando do brigadeiro João Paulo Burnier.
Em 1996, após sancionada a chamada Lei dos Desaparecidos pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, foi emitido o atestado de óbito do ex-deputado, ficando assim reconhecida oficialmente a sua morte.
O corpo, entretanto, nunca foi encontrado.
Em 13 de dezembro de 2024 o Conselho Nacional de Justiça determinou o reconhecimento e ratificação dos atestados de óbito de todos os mortos e desaparecidos vítimas da ditadura militar.
Em atendimento a esta determinação, o Cartório da Sé, no Centro da Capital Paulista, fez constar no atestado de óbito de Rubens Paiva a seguinte causa da morte: não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964.