Da Chuva de estrelas à Lua Azul neste Agosto

Lemos e divulgamos que teremos hoje domingo à noite, 11.08, uma espectacular chuva de estrelas do ano: as Perseidas.

Esta chuva de estrelas de Agosto este ano será também, ainda que para poucos somente uma festa comemorativa dos 500 anos de Camões. Esta chuva de estrelas que parece cair da constelação de Perseu pode ver-se em qualquer sítio onde predomine a escuridão do céu, à volta das Perseidas e assim organizaram-se algumas iniciativas que darão um ambiente de festa a este espectáculo de astronomia.

Por exemplo, no Geoscope – Observatório Astronómico de Fajão, aldeia do concelho da Pampilhosa da Serra, haverá uma viagem pelo céu, na noite de domingo para segunda-feira, conduzida pelo divulgador de astronomia José Augusto Matos.

Já o Centro Ciência Viva de Constância, que acolhe a Astrofesta durante todo o fim-de-semana, oferece um programa que, além das Perseidas e de um passeio pelo céu com o astrónomo Máximo Ferreira, inclui uma sessão no planetário sobre a astronomia de Os Lusíadas – uma maneira de festejar o nascimento de Luís de Camões há 500 anos.

E se no Hemisfério Norte, a melhor hora para acompanhar no céu esta chuva, é nas últimas horas antes do amanhecer do dia 12 de Agosto, ainda que possamos estar atentos logo a partir das 22.00 de dia 11 – e repetir a observação na noite seguinte, de 12 para 13.

Está previsto que dezenas de meteoros cruzem o céu e o pico de intensidade poderá chegar a mais de 60 estrelas cadentes por hora.

Esta chuva de estrelas acontece porque a Terra cruza o rasto do cometa Swift-Tuttle, que tem uma órbita de 133 anos e que por aqui passou a última vez em 1992.

Já o nome Perseidas deve-se ao facto de as estrelas cadentes parecerem provir da zona do céu onde está a constelação de Perseu, ponto esse que se chama o radiante.

Às 21.30 já não há claridade, e os meteoros visíveis são raros mas percorrem uma grande distância no céu, ou seja, vai ver longas estrelas cadentes.

À medida que a noite avança, o radiante sobe no céu, pelo que se vêem cada vez mais estrelas cadentes, mas de rasto cada vez mais curto.

Por volta da meia-noite duram apenas alguns décimos de segundo.

Não basta olhar para o céu durante apenas alguns minutos, para qualquer descoberta bem-sucedida, é preciso ser paciente e pior a luminosidade urbana não permite uma boa observação do céu, por isso recomendamos, onde quer que esteja, que procure um ponto alto com visibilidade para N/NE.

Se estiver em Lisboa, tente a sua sorte no Miradouro da Penha de França ou no Miradouro das Três Cruzes do Calhau, em Monsanto.

A decisão acertada será rumar a pontos altos da Serra de Sintra, a Peninha, por exemplo.

Não são necessários binóculos ou um telescópio, mas um par de binóculos para campos estelares é uma boa opção para aumentar a visibilidade.

Mas teremos também na terceira semana de Agosto, a oportunidade de assistir a uma Lua Azul sazonal, no dia 19 de Agosto, pelas 19.26.

Uma Lua Azul sazonal é a terceira Lua Cheia numa estação astronómica com quatro Luas Cheias.

Por regra, cada estação tem três meses e três Luas Cheias, mas às vezes há uma quarta, pelo que haver uma Lua Azul sazonal é relativamente raro.

Normalmente, só temos uma Lua Cheia extra a cada 2,5 a 3 anos, pelo que só voltamos a ter uma em 2027, no dia 20 de Maio.

E mais, Saturno erguer-se-á mesmo por cima da Lua quase cheia pouco depois do cair da noite de terça-feira, 20 de Agosto pelo que, ao longo da noite, estes dois corpos celestes brilharão lado a lado.

Num tira duvidas há relatos de que a lua foi vista em tons de azul no ano de 1883 quando ocorreu a erupção do vulcão Krakatoa.

As cinzas do vulcão provocavam a dispersão da luz vermelha, permitindo a passagem apenas dos tons azuis e verdes.

A quantidade de cinzas que foram dispersadas na atmosfera foi tão grande que a coloração persistiu por anos.

Há ainda outros relatos relacionados a erupções de vulcões como o Monte Santa Helena em 1980, El Chichon em 1983 e o Monte Pinatubo em 1991.

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Joffre Justino 

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Foto de destaque: imagem criada por IA