A Europa está a passar por um dos momentos mais decisivos na sua transição energética, impulsionada pela crise dos combustíveis fósseis e pela necessidade urgente de combater as alterações climáticas.

Nos últimos meses, vários países europeus têm acelerado os seus planos para adotar energias renováveis, como a solar e a eólica, numa tentativa de reduzir a dependência do gás natural e do petróleo, cujos preços atingiram níveis históricos.

Alemanha, França e Espanha estão na linha da frente desta transformação, com investimentos recorde em infraestruturas de energia renovável. Na Alemanha, por exemplo, o governo anunciou recentemente um pacote de estímulo económico que inclui subsídios significativos para a instalação de painéis solares em residências e empresas. “Estamos a trabalhar para garantir que, até 2030, 80% da nossa eletricidade seja proveniente de fontes renováveis,” declarou Robert Habeck, ministro da Economia e Energia da Alemanha.

A França, por sua vez, está a intensificar os seus esforços na expansão da energia eólica offshore, com novos parques eólicos que prometem triplicar a capacidade do país até 2027. Espanha, já um líder europeu na produção de energia solar, continua a expandir as suas capacidades, com novas instalações que aumentam a sua quota de energia limpa na rede elétrica nacional.

Esta corrida para as energias renováveis não é apenas uma resposta às questões climáticas, mas também uma estratégia para assegurar a segurança energética do continente. A invasão da Ucrânia pela Rússia e a subsequente instabilidade no fornecimento de gás natural provocaram uma urgência sem precedentes na busca por alternativas energéticas.

Contudo, este rápido crescimento das energias renováveis não está isento de desafios. A integração de uma quantidade crescente de eletricidade intermitente na rede, a necessidade de expandir a capacidade de armazenamento de energia, e as preocupações ambientais com a instalação de novos parques eólicos e solares são questões que estão a ser intensamente debatidas.

A Europa tem agora uma oportunidade única para liderar a transição energética global, mas o sucesso dependerá da nossa capacidade de superar os desafios técnicos e políticos que surgem,” afirma Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia.

Com um futuro energético incerto, mas promissor, a Europa está a dar passos firmes para se tornar um líder mundial na produção e utilização de energias renováveis, movendo-se em direção a um novo paradigma energético que poderá definir o século XXI.

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Jose Elias Ramalho