Mas não podemos esquecer que, se não fosse Sérgio Moro e Michel Temer, o nazista continuaria inexpressivo no lugar que sempre ocupou na política, sentado na cadeira da ignorância e da inutilidade.

Foi, particularmente, Michel Temer, quem abriu caminho para a ascensão do maligno. Por isso, ficou conhecido como o “vampiro da madrugada”. Por quê? Moro fez o que fez por vaidade, para se projetar na política e porque odiava Lula. Temer foi diferente. Ele nunca odiou Lula. Seu problema era outro. Queria a qualquer custo ser presidente. E como, pelo voto, jamais conseguiria, só havia um jeito: trair a presidente Dilma.

Assim tramou, sem titubear, seu projeto golpista travestido de impeachment legal, que o tornou presidente.

Na política, assim como na vida em geral, o ato mais abominável que se pode imputar a uma pessoa é a traição. Stálin já dizia que “a traição é um prato que se come frio”. O horroroso Temer foi um dos mais nojentos traidores da história do Brasil. Por puro oportunismo. Ficou tão desmoralizado, que seu candidato nas eleições de 2018, não alcançou sequer 5% dos votos.

Acabrunhado, afastou-se da vida política. Mas não é que, dias atrás, o perito em traição foi procurado para “aconselhar” a desgastada e inconstitucional “PEC da anistia” e se projetar novamente no cenário político nacional? Bom momento para descer-lhe o cacete e relembrar dos seus atos.

Anos atrás, escrevi dois poeminhas sobre ele. Acho que é uma boa oportunidade para divulgá-los. Aí estão:

O VAMPIRO DA MADRUGADA

No início da noite ele adentrou

sorrateiro e malvado, e reclamou:

─ Teu sangue!

Dá-me uns goles que cedo o meu apoio!

E ela respondeu um pouco exangue:

─ Não dou!

 

À meia-noite repetiu, sem dó,

mostrando os longos dentes de terror:

─ Teu sangue!

Vem que garanto a minha lealdade!

E ela respondeu, já meio exangue:

─ Não vou!

 

Madrugada mostrou todo o arsenal,

expondo seus caninos de animal:

─ Teu sangue!

Se não deres no bem, darás no mal.

E enquanto ela gritava, já exangue,

cravou-lhe o seu punhal.

FESTIM DIABÓLICO

Depois fizeram a festa que sonhavam.

Foram tantos morcegos no palácio

que se batiam no ar e despencavam

no chão de pó de ouro dos ricaços.

 

Morcegos grandes, médios e gigantes,

voando em seu festim endiabrado

distribuindo joias às amantes

e migalhas de pão aos desgraçados.

 

O festim prolongou-se mais que um giro

da terra sobre o sol, até que na hora

combinada nas trevas, o vampiro

singrou, logo advinda a luz da aurora.

 

E os morcegos ainda embriagados

de tanto festejar dinheiro fácil,

decidiram: um facínora e seu gado

tomarão conta agora do palácio.