Assim tramou, sem titubear, seu projeto golpista travestido de impeachment legal, que o tornou presidente.
Na política, assim como na vida em geral, o ato mais abominável que se pode imputar a uma pessoa é a traição. Stálin já dizia que “a traição é um prato que se come frio”. O horroroso Temer foi um dos mais nojentos traidores da história do Brasil. Por puro oportunismo. Ficou tão desmoralizado, que seu candidato nas eleições de 2018, não alcançou sequer 5% dos votos.
Acabrunhado, afastou-se da vida política. Mas não é que, dias atrás, o perito em traição foi procurado para “aconselhar” a desgastada e inconstitucional “PEC da anistia” e se projetar novamente no cenário político nacional? Bom momento para descer-lhe o cacete e relembrar dos seus atos.
Anos atrás, escrevi dois poeminhas sobre ele. Acho que é uma boa oportunidade para divulgá-los. Aí estão:
No início da noite ele adentrou
sorrateiro e malvado, e reclamou:
─ Teu sangue!
Dá-me uns goles que cedo o meu apoio!
E ela respondeu um pouco exangue:
─ Não dou!
À meia-noite repetiu, sem dó,
mostrando os longos dentes de terror:
─ Teu sangue!
Vem que garanto a minha lealdade!
E ela respondeu, já meio exangue:
─ Não vou!
Madrugada mostrou todo o arsenal,
expondo seus caninos de animal:
─ Teu sangue!
Se não deres no bem, darás no mal.
E enquanto ela gritava, já exangue,
cravou-lhe o seu punhal.
Depois fizeram a festa que sonhavam.
Foram tantos morcegos no palácio
que se batiam no ar e despencavam
no chão de pó de ouro dos ricaços.
Morcegos grandes, médios e gigantes,
voando em seu festim endiabrado
distribuindo joias às amantes
e migalhas de pão aos desgraçados.
O festim prolongou-se mais que um giro
da terra sobre o sol, até que na hora
combinada nas trevas, o vampiro
singrou, logo advinda a luz da aurora.
E os morcegos ainda embriagados
de tanto festejar dinheiro fácil,
decidiram: um facínora e seu gado
tomarão conta agora do palácio.