Em 2023, registou-se o número mais elevado de mortes causadas pela ação policial dos últimos anos. Casos como o de Odair Moniz, baleado em circunstâncias controversas após alegada resistência à detenção, sublinham a complexidade destas situações. É inegável que as forças de segurança desempenham um papel fundamental na proteção da sociedade, mas quando as suas ações resultam em mortes, é crucial questionar se estão a agir dentro dos parâmetros legais e éticos.
A *IGAI*, desde 2017, nunca tinha investigado tantas mortes como em 2023, e essa tendência levanta a necessidade de maior responsabilização. Dos 13 casos documentados desde 2017, as forças de segurança recorrem frequentemente ao uso de armas de fogo, resultando em mortes que, muitas vezes, poderiam ser evitadas com melhores práticas de desescalada e formação dos agentes.
Numa perspetiva de cidadania, é essencial que se fortaleçam os mecanismos de proteção dos cidadãos contra o abuso de poder. A exigência de uma força policial bem treinada e equipada para lidar com situações de alta tensão sem recorrer ao uso excessivo de força deve ser uma prioridade. Cidadãos conscientes do seu papel numa sociedade democrática não só devem estar atentos, mas também devem pressionar as autoridades a tomarem medidas para evitar que situações trágicas se repitam. Como disse Mahatma Gandhi: *"A verdadeira medida de uma sociedade é como ela trata os seus membros mais vulneráveis."*
Em última análise, a proteção dos cidadãos da violência policial começa com a garantia de que cada ação das forças de segurança é pautada pela legalidade e pela defesa dos direitos humanos. A implementação de medidas preventivas, como as *bodycams* e a formação rigorosa, deve ser acompanhada por uma mudança de mentalidade, tanto nas instituições policiais quanto na sociedade, onde todos têm o dever de defender a justiça e a dignidade humana.
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Foto de destaque: IA