Na realidade a expectativa é que os partidos de extrema direita obtenham ganhos nas eleições, já que a maioria dos países, incluindo os pesos pesados ​​da UE, França e Alemanha, vão às urnas no domingo.

Os resultados projetados são esperados na noite de domingo onde se espera um aumento do apoio à extrema direita, prevendo-se que esses partidos conquistem um quarto dos assentos, e ainda que a corrente centrista se mantenha como a principal força no parlamento da UE.

Meloni, que foi eleita numa plataforma largamente centrada na anti imigração, partilhou no sábado uma mensagem de vídeo nas redes sociais na qual dizia que as suas prioridades eram “defender as fronteiras da Europa contra a imigração ilegal (e) proteger a economia real e os empregos”.

A Itália, que deterá 76 dos 720 lugares no novo parlamento, poderá desempenhar um papel crucial na decisão do equilíbrio de poder no bloco.

Com as pesquisas sugerindo que o partido Irmãos da Itália, de Meloni, pode obter 27% dos votos – contra apenas 6,4% nas eleições da UE de 2019 – o primeiro-ministro da Itália pode decidir o destino político da chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A questão de saber se o Partido Popular Europeu (PPE) de Leyen concordará em trabalhar com a extrema direita provavelmente será decisiva após a votação e Leyen sugeriu que está disposta a que o PPE colabore com legisladores de extrema direita, desde que eles sejam pró-UE e não o que ela descreve como “fantoches” de Vladimir Putin.

A responsável da Comissão Europeia descartou explicitamente a possibilidade de trabalhar com a líder francesa da extrema-direita, Marine Le Pen, cujo partido Rally Nacional (RN) também está no topo das sondagens na corrida pela UE, ou com a AfD da Alemanha, sobre esta questão.

O partido populista Fidesz, no poder na Hungria, opõe-se a ajudar Kiev, sendo o primeiro-ministro, Viktor Orbán, amplamente considerado como o líder mais pró-Rússia da UE.

Mas Leyen parece estar mais relaxada em trabalhar com Meloni e alguns colegas do grupo Conservadores e Reformistas Europeus (ECR). “Tenho trabalhado muito bem com Giorgia Meloni”, que é “claramente pró-europeia”, disse ela.

Sublinhando o papel fundamental que Meloni poderá vir a desempenhar na organização do poder do bloco, a líder italiana foi cortejado por Le Pen, que pretende formar um supergrupo de direita no parlamento, mas também pela centro-direita Leyen.

Socialistas, liberais e verdes, preocupados com a possibilidade de Meloni exigir uma diluição das medidas climáticas da UE em troca de apoio ao presidente da Comissão Europeia, ameaçaram opor-se à renomeação de Leyen se ela fizer algum acordo com a extrema direita.

A Eslováquia também foi às urnas no sábado, após uma tentativa de assassinato no mês passado contra o seu primeiro-ministro, Robert Fico.

O partido populista de esquerda Smer-SD de Fico, que se opõe ao envio de armas da UE para a Ucrânia, parece ter obtido apoio após o incidente.

Joffre Justino