Na Roménia, infelizmente, este ano é  um ano em que a democracia foi descarrilada em vez de celebrada.

A decisão sem precedentes do Tribunal Constitucional do país, na semana passada, de anular os resultados da primeira volta das eleições presidenciais, no meio de alegações de interferência russa, é um e exemplo da  cada vez mais conflituosa cena  política na  chamada Europa de Leste.

Esta  decisão estranha resultou de uma subida surpreendente para o primeiro lugar de um admirador de Putin, que tinha nas sondagens um dígito baixo até à véspera da eleição.

Călin Georgescu terá beneficiado de uma votação que foi manipulada por vários meios ilícitos, incluindo ataques cibernéticos e uma campanha TikTok financiada pela Rússia.

Os analistas dizem  que houve cerca de 25.000 contas pró-Georgescu TikTok tornaram-se ativas apenas duas semanas antes da votação no primeiro turno.

Dizem eles  que o  Kremlin desenvolve  técnicas de guerra híbrida aumenta essa intervenção e procura minar as aspirações l de adesao à União Europeia e à NATO.

Na Geórgia, o presidente, Salome Zourabichvili, acusou o partido governante Georgian Dream de fraudar a votação nas eleições de outubro passado com a ajuda da Rússia.

Para os auto denominados liberais, a improvável ascensão de Georgescu, assistida pelo TikTok, é apenas o exemplo da utilização das redes sociais e das plataformas de mensagens para contornar as principais fontes de informação.

A  Rússia dizem estará  a utilizar estes fóruns para gerar uma realidade política alternativa baseada na desinformação viral e na distorção.

A decisão de repetir as eleições corre o risco de consolidar a divisão numa sociedade já polarizada e de deslegitimar uma autêntica dimensão de protesto no voto em Georgescu. Uma votação mais elevadaos  pró-Putin, impulsionada pela reacção negativa à decisão do tribunal, é uma possibilidade plausível quando a votação se repetir no próximo ano.