Uma fonte próxima ao governo congolês disse à Reuters que o destacamento inicial dos conselheiros de Prince deveria começar no sul, longe da área controlada pelo M23 e seus aliados.
"Se você olhar apenas para Katanga, se você olhar para Kolwezi, perto da fronteira entre a Zâmbia e o Congo, eles alegam que há cerca de US$ 40 milhões por mês em receitas perdidas no que sai e no que entra", disse a fonte.
Entretanto este apoiante do governo estadunidense de Trump, Erik Prince, aceitou “ajudar” a República Democrática do Congo a proteger e taxar a sua vasta riqueza mineral, de acordo com duas fontes próximas ao executivo de segurança privada, um funcionário do governo congolês e dois diplomatas.
Estas negociações sobre a implementação do acordo com Prince ocorrem no momento em que os EUA e o RDCongo exploram um acordo mais amplo sobre parcerias em minerais essenciais, a seguir ao Congo apresentar um acordo de minerais em troca de segurança ao governo do presidente dos EUA, Donald Trump .
Prince na realidade significa entre outras organizações os mercenarios da Blackwater, empresa paramilitar que ele criou, e que ja foi confrontada com vários funcionários indiciados por assassinatos ilegais de civis iraquianos condenados, mas posteriormente perdoados por Trump durante seu primeiro mandato.
O governo de Trump não disse como os EUA poderiam contribuir para a segurança no Congo como parte de qualquer acordo sobre minerais e a opçao é mesmo este Prince mas uma fonte do governo congolês disse à Reuters que qualquer acordo entre o RDCongo e Prince precisaria de ser reanalisado à luz de um acordo com os EUA.
O acordo de segurança foi firmado com o Ministério das Finanças, e os assessores de Prince se concentrarão em melhorar o arrecadar impostos e reduzir o contrabando transfronteiriço de minerais, disseram as duas fontes próximas a Prince.
Prince recusou comentar e a presidência da RDCongo não respondeu a um pedido de comentário tal como o Departamento de Estado dos EUA que também não quis comentar.
Uma fonte diplomática também disse à Reuters que a primeira etapa do esforço de Prince na RDCongo se concentraria em garantir minas e receitas fiscais na província produtora de cobre de Katanga.
A fonte não forneceu detalhes sobre como os consultores combateriam a corrupção no setor, que há muito tempo drena receitas que, de outra forma, seriam destinadas ao estado.
Uma fonte no gabinete do presidente congolês Felix Tshisekedi disse que um acordo em princípio foi assinado com Prince, mas os detalhes sobre onde e quantos conselheiros seriam mobilizados ainda precisam ser estabelecidos.
Erick Prince trabalha na África há mais de uma década, inicialmente fornecendo logística para empresas de petróleo e mineração que atuavam em cantos remotos do continente.
Várias empresas controladas por Prince operam no Congo desde 2015.
Elas atuam no transporte rodoviário e também buscam atuar no setor de minerais.
As duas fontes próximas a Prince disseram que o novo acordo foi resultado de anos de negociações sobre como melhorar o controle do Congo sobre seus recursos minerais.
Prince propôs anteriormente o envio de milhares de empreiteiros para a região leste durante negociações com Kinshasa em 2023, informou um painel de especialistas da ONU naquele ano mas nao houve um acordo.
O Congo há muito acusa Ruanda de saquear minerais da região, uma alegação apoiada por entidades independentes, incluindo as Nações Unidas e a organização sem fins lucrativos Global Witness. Ruanda nega.
Esta perda de receita de mineração é uma das principais preocupações que a equipe de Prince tentará resolver, disse uma das fontes próximas.
O objetivo é garantir "que as indústrias de extração e outras estejam operando de forma transparente e que sua produção e receitas sejam distribuídas adequadamente, de acordo com o código de mineração congolês", disse a fonte.
As Nações Unidas e governos ocidentais dizem que o Ruanda forneceu armas e militares ao M23 liderado pela etnia tutsi o que Ruanda nega que seria para apoiar o M23 e que as suas forças armadas agiram em legítima defesa contra o exército do RDCongo e uma milícia ruandesa que opera no leste do Congo e foi fundada por perpetradores do genocídio ruandês.