“Os EUA podem encerrar o conflito com o Irão com apenas um telefonema. O Irão acredita no diálogo civilizado”, disse Farahani, a acentuar que a liderança iraniana está aberta a negociações, embora tenha rejeitado suspender o enriquecimento de urânio. “Talvez possa ser reduzido, mas não vamos parar”, afirmou.
Estas declarações ocorrem entre intensificação do confronto entre os dois países, após Israel lançar, em 13 de junho, o que chamou de “ataque preventivo” contra o Irã. O alvo da operação foi o programa nuclear iraniano, que, segundo o governo israelense, representa uma tentativa do país persa de desenvolver armas nucleares.
Em resposta, o Irã lançou drones e mísseis contra o território israelense. Um dia após o início do ataque, em 14 de junho, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que a ofensiva israelense continuará e prometeu atingir todas as bases iranianas.
Informações preliminares apontam que parte da infraestrutura do programa nuclear do Irã já foi afetada pelos ataques. No entanto, segundo análises de especialistas, danos mais profundos dependeriam do uso de bombas mais potentes ou da entrada direta dos Estados Unidos no conflito — algo que o governo israelense tem solicitado.
O presidente Donald Trump, até o momento, decidiu aguardar. Ele anunciou uma janela de duas semanas para negociações antes de decidir se os Estados Unidos irão apoiar militarmente Israel. A posição norte-americana elevou a tensão internacional.
“O presidente Trump está diante de uma decisão com peso global. Se os Estados Unidos entrarem na guerra, há muitas opções, e todas essas opções estão sobre a mesa”, alertou Majid Farahani, na mesma entrevista.
Diante do agravamento do cenário, autoridades internacionais se reuniram nesta sexta-feira, em Genebra. Participam do encontro ministros das Relações Exteriores do Irã, da França e da Alemanha, além do chefe da política externa da União Europeia. Esta é a primeira reunião presencial entre representantes desses países desde o início do conflito.