Nesse  mesmo relatório acentua-se que a doença continua a ser uma grave ameaça à saúde global, especialmente no continente africano.

Foram 263 milhões de casos com 597 mil mortes no ano passado, 11 milhões de casos a mais em relação a 2022.

O número de mortes permaneceu estável. Cerca de 95% desses óbitos ocorreram na região africana da OMS, onde muitas pessoas em situação de risco ainda não têm acesso aos serviços para prevenir, detectar e tratar a doença. O continente registra 52,4 mortes por 100 mil habitantes, o dobro da meta global atual.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que “ninguém deveria morrer de malária.”  Apesar disso, a doença continua “prejudicando desproporcionalmente” os africanos especialmente crianças pequenas e grávidas.

O chefe da agência enfatizou que já existem ferramentas que podem salvar vidas e oferecer melhor proteção contra a doença, mas são necessários “mais investimentos e ações em países africanos com alta carga de malária para conter a ameaça”.

Neste ano, ministros da Saúde de 11 nações africanas, que representam dois terços da carga global de malária, assinaram uma declaração comprometendo-se a reduzir de forma sustentável e equitativa a incidência da doença.

Essas nações são Burkina Fasso, Camarões, República Democrática do Congo, Gana, Mali, Moçambique, Níger, Nigéria, Sudão, Tanzânia e Uganda.

O grupo comprometeu-se a abordar as causas mais profundas, fortalecendo os sistemas de saúde nacionais, melhorando a coordenação e utilizando informações estratégicas de maneira eficaz.

A OMS destaca que cerca de 2,2 biliões de casos de malária e 12,7 milhões de mortes foram evitados desde o ano 2000.

Até novembro de 2024, 44 países e um território foram certificados pela OMS como livres da doença, e muitos outros estão progredindo constantemente em direção a essa meta.

Entre os 83 países onde a malária é endémica, 25 relatam menos de 10 casos anuais, um aumento significativo em relação a 2000, quando apenas quatro chegaram nesse patamar.

Com o aumento do compromisso político, a ampliação do uso de ferramentas recomendadas pela OMS promete avanços adicionais em países endémicos.

Até dezembro de 2024, 17 países já haviam introduzido vacinas contra a malária nos programas regulares de imunização infantil.

A expectativa é que a expansão contínua desses imunizantes na África salve dezenas de milhares de vidas por ano.

Novas redes mosquiteiras de última geração também estão se tornando amplamente disponíveis.

Em 2023, essas redes representaram 78% das 195 milhões de unidades distribuídas na África Subsaariana.

No entanto, o relatório alerta que o financiamento global para o controle da malária continua insuficiente para reverter as tendências atuais, especialmente em países africanos com alta carga da doença.

Em 2023, o financiamento total alcançou cerca de US$ 4 biliões, muito aquém da meta de US$ 8,3 biliões estabelecida pela Estratégia Técnica Global.

A falta de recursos levou a lacunas significativas na cobertura de redes tratadas com inseticidas, medicamentos e outras ferramentas essenciais para salvar vidas.

Foto de destaque: Gerada por IA