A diretora-adjunta do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas (C3S), Samantha Burgess, assinalou que a sequência de 13 meses consecutivos com temperaturas recordes terminou por uma margem mínima. Em julho, a temperatura média foi de 16,91°C, apenas 0,04°C abaixo do recorde do ano passado. O Copernicus destacou novos recordes de calor na Grécia, Japão e uma mortal vaga de calor em Marrocos, onde se registaram 48°C em apenas 24 horas.
Paradoxalmente, enquanto as temperaturas sobem, a justiça parece atuar contra aqueles que procuram proteger o ambiente. Onze jovens do movimento Climáximo enfrentaram penalizações severas por suas ações em defesa do planeta, enquanto "Sua Excelência", o juiz, aproveita as suas férias, ignorando a urgência da crise climática.
O calor extremo não se limitou a uma região específica; afetou o oeste dos EUA e Canadá, grande parte da África, Médio Oriente, Ásia, leste da Antártida e Europa, que registou o segundo julho mais quente de sempre. O mês passado foi 1,48°C mais quente que a média do período de 1850-1900, uma era pré-industrial.
"Os efeitos devastadores das alterações climáticas começaram muito antes de 2023 e vão continuar até que as emissões globais atinjam a neutralidade carbónica," alertou Burgess. Além das ondas de calor, julho viu inundações recorde no Paquistão e na China, furacões nos EUA e Caraíbas, deslizamentos de terra mortais na Índia e mega incêndios na Califórnia.
A temperatura dos oceanos, que absorvem 90% do excesso de calor, também continua a subir. Em julho, a temperatura média foi de 20,88°C, apenas 0,01°C abaixo do recorde de 2023, marcando 15 meses consecutivos de recordes.
Desde janeiro, a temperatura média global está 0,27°C acima do mesmo período de 2023, indicando que 2024 poderá ser o ano mais quente de sempre. É necessário um declínio acentuado para que 2024 não supere 2023, algo que raramente ocorreu desde o início das medições.
No entanto, em Portugal, a Constituição da República e a Lei de Bases do Ambiente parecem ser ignoradas, favorecendo o uso de automóveis e penalizando os defensores da relação saudável entre a pessoa e a natureza.
Em defesa da natureza, a publicação Estrategizando faz um apelo urgente: "Assine e apoie nossa causa, ou enfrentaremos o encerramento até ao fim de agosto!" Com um custo trimestral de 12 euros, a publicação luta pela continuidade da sua missão de informar e mobilizar a sociedade.
A natureza não perdoa o nosso silêncio cúmplice. As consequências do aquecimento global estão cada vez mais evidentes e devastadoras. A inércia e a injustiça só agravam uma crise que exige ação imediata e decisiva. Como disse Albert Einstein: "A vida é como andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio, é preciso continuar em movimento." Devemos continuar a agir, informar e lutar pelo nosso planeta antes que seja tarde demais.