Uma das primeiras medidas passa pela criação de Zonas de Baixas Emissões. Estas áreas, restritas a veículos altamente poluentes, incentivam o uso de modos de transporte mais limpos e o trânsito a pé, contribuindo significativamente para a redução da poluição atmosférica urbana. Paralelamente, é imperativo modernizar e expandir o transporte público.
Com financiamento através do Mecanismo Interligar a Europa, podemos renovar frotas com veículos elétricos e expandir a cobertura da rede, tornando-a uma opção mais viável e atrativa para todos.
Iniciativas de car-sharing e bike-sharing, apoiadas pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, surgem como soluções práticas para reduzir o número de veículos nas estradas. Estes programas não só diminuem o congestionamento como promovem um estilo de vida mais ativo e ecológico.
Além disso, incentivos para a aquisição de veículos elétricos ou híbridos podem ser implementados, utilizando fundos dedicados à transição energética para facilitar a mudança para opções de transporte mais limpas.
Não menos importante é a necessidade de campanhas de educação e sensibilização. Com financiamento do programa Horizonte Europa, estas iniciativas podem elucidar os cidadãos sobre os benefícios de um sistema de mobilidade sustentável, alterando gradualmente hábitos arraigados e fomentando uma cultura de responsabilidade ambiental e comunitária.
A expansão da infraestrutura para bicicletas, apoiada pelo Fundo de Coesão, é essencial para garantir a segurança e o conforto dos ciclistas, incentivando mais pessoas a optarem por este meio de transporte saudável e sustentável.
Adicionalmente, o desenvolvimento de parcerias público-privadas pode acelerar a introdução de tecnologias inovadoras na gestão do trânsito e transportes, com co-financiamento pelo Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos.
Portugal está perante uma janela de oportunidade para remodelar a sua paisagem urbana e assumir a liderança na promoção de uma mobilidade sustentável. As autarquias, em colaboração com a sociedade civil e instituições como a Climáximo, têm o poder e a responsabilidade de guiar esta transformação.
Através do uso estratégico de fundos europeus, podemos não só enfrentar os desafios ambientais e urbanos atuais, mas também pavimentar o caminho para um futuro mais verde e inclusivo, garantindo o bem-estar das próximas gerações.
Torna-se imperativo que todos os agentes sociais contribuam para este diálogo construtivo e para a implementação de políticas que refletem um compromisso autêntico com a sustentabilidade e a coesão social.
José Elias Ramalho
---
Foto de destaque: IA; imagem que ilustra um cenário urbano, destacando uma variedade de opções de transporte sustentável num ambiente urbano.