“Trata-se de um movimento simbólico”, afirmou, indicando que a decisão é parte de um esforço mais amplo para isolar os responsáveis pela ocupação, colonização e extermínio em curso na Palestina.
De acordo com o chanceler Simon Harris, esta medida visa banir a importação de bens originários dos assentamentos israelitas, não incluindo serviços. A proposta irá ainda a uma comissão parlamentar e deve ser votada nas duas casas do Parlamento ainda em 2025. Harris foi direto ao afirmar: “Inúmeras vezes esta pode parecer uma medida pequena, mas é imperativo que todos os países façam o máximo para aumentar a pressão e criar condições para um cessar-fogo”.
Esta atitude irlandesa insere-se num contexto de indignação da comunidade internacional.
Tambem o Reino Unido suspendeu negociações de livre comércio com Israel e impôs novas sanções contra colonos da Cisjordânia.
A União Europeia também anunciou uma revisão do acordo de associação com Israel — proposta feita inicialmente por Irlanda e Espanha em 2023.
A repressão israelita aos palestinos tem sido amplamente denunciada por organismos internacionais como crime contra a humanidade.
Relatórios da ONU, da Amnistia Internacional e da Human Rights Watch já qualificaram as ações de Israel como apartheid e genocídio.
Este projeto de lei que está a ganhar força foi originalmente apresentado em 2018, mas entao foi barrada sob o argumento de que a política comercial é competência da União Europeia. Com a emissão de parecer da Corte Internacional de Justiça da ONU, em julho de 2024, classificando a ocupação israelita como ilegal, o governo irlandês retomou a proposta, legitimado por esse respaldo jurídico internacional.
A medida adotada pela Irlanda envia uma mensagem contundente aos que lucram com a opressão e àqueles que fecham os olhos diante do genocídio palestino: a impunidade não será eterna.