Já a participação da China na dívida soberana total da África Subsariana se mantém relativamente pequena (6% do total).

Note-se que a Banca chinesa concede empréstimos num total R$ 6,3 biliões para que instituições financeiras africanas apoiem pequenas e médias empresas (PME) segundo um plano, anunciado por Xi Jinping  no 8º Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) em 2021, de destinar US$ 10 biliões (R$ 48,9 biliões) para o desenvolvimento das PME africanas.

Entre 2000 e 2022, a China fez empréstimos de mais de R$ 14 biliões a bancos e instituições regionais africanas.
Mas sem sombra de duvida que a dívida pública africana é um problema complexo, com a participação da China a aumentar nos últimos anos. 
No entanto, a participação da China na dívida soberana total da África Subsariana é considerada relativamente pequena, com cerca de 6% do total, segundo um estudo do Brasil de Fato. 
Outros credores, como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e outros países em empréstimos bilaterais, também contribuem significativamente para a dívida pública africana. 
No entanto a dívida pública em África tem aumentado, com alguns países a enfrentarem dificuldades em gerir as suas obrigações, segundo o jornal O País. 
A participação da China na dívida pública externa total da África aumentou de menos de 2% antes de 2005 para cerca de 17% em 2021, segundo um estudo do Brasil de Fato. 
A dívida bilateral de governos de países como China, França, EUA e Reino Unido também aumentou, mas a um ritmo inferior ao da dívida em Eurobond, segundo o Tricontinental: Institute for Social ResearcH.
A dívida dos países africanos para com a China é de qualquer forma substancial, com alguns países a enfrentarem desafios significativos para a honrar.
A China é um dos maiores credores dos países africanos, e a dívida total de África para com a China é de cerca de 73 mil milhões de dólares. 
Empréstimos e Condições:
* A China tem concedido empréstimos a países africanos para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento.
* Esses empréstimos são frequentemente concedidos em condições que podem tornar difícil para os países africanos honrá-los, especialmente aqueles com economias frágeis.
* Em alguns casos, os empréstimos são financiados através de exportações de matérias-primas, o que pode levar a um aumento da dependência da China e a dificuldades em pagar os empréstimos quando os preços das matérias-primas caem. 
Países com maior dívida:
* Angola: É um dos maiores devedores da China na África, com uma dívida estimada em 17 mil milhões de dólares, representando cerca de 40% da dívida externa total do país. 

* Zâmbia: Também tem uma dívida significativa com a China, com uma dívida acima de 10 mil milhões de dólares. 

* Quénia: A dívida para com a China é de 6 mil milhões de dólares. 
Causas e Impactos:
* Financiamento de infraestrutura:
A China tem financiado projetos de infraestrutura em África, o que, por um lado, contribuiu para o desenvolvimento económico, mas também levou ao aumento da dívida. 

* Condições dos empréstimos:
A China tem frequentemente exigido condições de empréstimo que podem ser difíceis de cumprir, especialmente em países com economias instáveis.

* Dependência das matérias-primas:
Em alguns casos, os países africanos estão a depender dos preços das matérias-primas para pagar os empréstimos à China, o que os deixa vulneráveis a flutuações de preços. 

* Problemas de solvabilidade:
A dívida para com a China, juntamente com outras dívidas, tem levado alguns países africanos a ter problemas de solvabilidade e a ter de cortar gastos públicos em setores importantes. 

Soluções e Discussões:
* Alívio de dívida:
A China tem perdoado dívidas a alguns países africanos, mas ainda há muita dívida por pagar. 

* Negociação e reestruturação:
Os países africanos estão a negociar com a China para reestruturar a dívida e obter condições mais favoráveis. 

* Engajamento multilateral:
A União Africana e outras organizações estão a trabalhar para encontrar soluções para a crise da dívida africana, incluindo o engajamento de credores multilaterais. 

* Críticas:
A China tem sido criticada por praticar "diplomacia de armadilha de dívida", o que significa que empresta dinheiro a países africanos com condições que os deixam dependentes e com dificuldades em pagar os empréstimos. 

por isso a RPChina perdoou em agosto de 2022 dívida a 17 países africanos sendo que desde 2000, Pequim tem anunciado múltiplos de perdões de dívida, tendo cancelado pelo menos 3,4 mil milhões de dólares (34,2 mil milhões de euros )
Assim a RPChina anunciou que vai redirecionar 10 mil milhões de dólares das suas reservas no Fundo Monetário Internacional (FMI) para as nações deste continente.
Em declarações citadas pela agência de informação financeira Bloomberg, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês deu esta garantia durante o Fórum de Cooperação China-África, ainda que não tenha dado detalhes sobre quais as nações que vão ver os juros perdoados nem qual a maturidade dos empréstimos incluídos neste alívio da dívida.
É verdade que a China tem sido muito criticada pelos parceiros internacionais pelas práticas de empréstimo às nações mais pobres, que representa quase 40% da dívida bilateral e privada que os países precisam de pagar este ano, de acordo com dados do Banco Mundial.
"O que África quer é um ambiente de cooperação amigável, não a mentalidade de soma-zero da Guerra Fria", escreveu Wang, de acordo com o comunicado disponibilizado no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.
A China recebeu o equivalente a 38,2 mil milhões de dólares (38,4 mil milhões de euros) do FMI ao abrigo da emissão de Direitos Especiais de Saque, dos quais 10 mil milhões de dólares (quase o mesmo em euros) poderão ser canalizados para os dois fundos criados pelo FMI para ajudar os países de baixo e médio rendimento.