“Nos Estados Unidos contemporâneos, os trabalhadores abandonaram empregos mal remunerados, inseguros e que não valiam a pena durante a pandemia da COVID-19, um fenômeno que os comentaristas chamaram de "grande renúncia".

Mesmo com a expansão do mercado de trabalho e o aumento dos salários, os jovens abandonaram o emprego tradicional em favor da multiplicidade de empregos. 

A razão para essa reviravolta contraintuitiva é a falta de fé em garantir o sustento de um único empregador. Em seu artigo "O Estilo de Vida Semiproletário no Século XXI: Múltiplos Empregos, Precariedade e Antitrabalho nos EUA", Collins argumenta que, longe de ser um desenvolvimento inovador desencadeado pela pandemia, décadas de neoliberalismo lhes ensinaram que o emprego padrão não é uma fonte confiável de renda. 

Ao mesmo tempo, não depender de um único empregador proporcionou alguma segurança no contexto de empregos assalariados instáveis.
A multiplicidade de empregos e o acesso desmercantilizado a recursos e cuidados tornaram-se centrais nas estratégias contemporâneas de subsistência e de ressignificação do trabalho”
( in Rupturas simultâneas: formas de subsistência, fragmentação de classes e trabalho social no século XXI )

Para qualquer marxista o facto de podef existir uma classe operaria nao implica a existencia de uma camada social culturalmente proletaria no sentido de existir uma vivencia cultural alternativa à determinada pelas culturas  politico-economico-sociais dominantes!

E na realidade foram necessarios,

  1. O findar do capitalismo de estado na URSS
  2. A desagregação das interações no seio das organizações de trabalhadores
  3. O não surgimento de uma visao alternativa ao capitalismo de estado sovietista
  4. O encerramento em si mesma do capitalismo de estado chinês
  5. As deslocalizações organizacionais industriais para os países subdesenvolvidos e a reduçao das classes operarias culturalmente alternativas nos países industrializados
  6. O dominio dos meios de comunicaçao social e de disseminação socio cultural pelos poderes dominantes para se atingir a atual fase de desestruturaçao social economica politica e cultural

Tal tem pouco a ver com opções individuais para obterem melhores condições de vida e maiores autonomias mas sim com uma crescente luta pela sobrevivência com o custo do trabalho em redução socio económica e o crescente papel da evolução tecnologica tornando dominante o papel das forças produtivas

É esta desproletarizaçao socio cultural que gera a fragilizaçao politica das camadas sociais mais desfavorecidas globalmente hoje vivida