A ruína a chegar com as mudanças climaticas, srs juizes!

Estamos nos encaminhando para a ruína. E não se trata de problemas futuros. A mudança climática já está aqui. Chegou o momento da verdade, disse Mukhtar Babaiev, presidente da COP29 e ministro da Ecologia do Azerbaijão… onde anda Portugal na busca de soluções para este drama !

Mas o governo dos EUA o segundo maior emissor mundial de gases do efeito estufa, tende a abandonar novamente o Acordo de Paris, que é a base de todas as negociações, tal como Trump fez durante seu primeiro mandato presidencial (2017-2021).

Trump, um declarado cético do fenómeno da mudança climática, pode anunciar a saída do Acordo de Paris ao assumir o poder, decisão que seria formalizada um ano depois.

A COP29 deve demonstrar que a cooperação mundial "não está em ponto morto", declarou o secretário executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell.

Durante meses, os países participantes da COP29 negociaram um rascunho de acordo para estabelecer uma nova quantia de ajuda que os países desenvolvidos, os que historicamente emitiram mais gases do efeito estufa, devem repassar aos países mais afetados.

A COP29 termina oficialmente na sexta-feira, 22 de novembro.

Em 2009, na COP15 de Copenhague, um acordo estabeleceu que os países industrializados concederiam 100 biliões de dólares por ano, em ajuda direta ou empréstimos multilaterais.

O volume de ajuda foi alcançado com dois anos de atraso, em 2022, e os especialistas afirmam agora que é necessária uma quantia pelo menos 10 vezes superior.

Há que mitigar a emissão de gases do efeito estufa, principalmente por meio de uma gigantesca conversão energética mundial, assim como com a adaptação, ou seja, a construção de barragens, a adaptação das residências às temperaturas extremas, entre outras medidas.

Uma região como a América Latina emite menos de 10% de gases do efeito estufa, mas é uma das que mais sofre impacto com o aquecimento do planeta.

Entre divergências as negociações sobre a agenda forçaram já a uma pausa nesta segunda-feira, 11.11. segundo os correspondentes da AFP.

O financiamento da luta climática não é "caridade, e sim do interesse de todos, incluindo as nações mais ricas e maiores", insistiu Stiell, que pediu um acordo "ambicioso", enquanto que por cá se condenan os ativistas que lutam contra a crise climática!

Além do valor da ajuda e do calendário, as nações devem chegar a um acordo sobre quem paga.

Em 2009, pouco mais de 30 países assumiram a missão dos 100 biliões de dólares com a RPChina de fora.

Entretanto a UE e os EUA entre outros, querem que Pequim assuma parte da conta, o que promete ser difícil.

A RPChina, principal emissora de gases do efeito estufa, tem a sua própria agenda de ajuda climática.

No ano passado, em Dubai, os países conseguiram um acordo com muitas dificuldades para uma declaração final da COP28.

O texto assumia, pela primeira vez, que os países deveriam empreender uma "transição" para o fim das energias fósseis.

Mas a AIE (Agência Internacional de Energia) recordou em seu relatório anual mais recente que 80% da energia mundial ainda provém dessas fontes (carvão, petróleo, gás).

Após a abertura, a COP reúne todos os anos os líderes mundiais por dois dias.

Mas a COP29 desta feita não tem as presenças dos grandes protagonistas do diálogo climático: os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, por estar com problemas de saude e da França, Emmanuel Macron.

O ambiente de austeridade orçamental nos países ricos, as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio e o resultado das eleições americanas ofuscam as perspectivas diplomáticas.

"As ambições do Acordo de Paris estão em grave perigo", alertou a OMM (Organização Meteorológica Mundial). "De janeiro a setembro de 2024, a temperatura média do ar na superfície do globo foi superior em 1,54°C em relação à média pré-industrial".

"As chuvas e as inundações recordes, a intensificação rápida dos ciclones tropicais, o calor mortal, a seca implacável e os incêndios catastróficos que observamos em diferentes regiões do mundo este ano são, infelizmente, uma nova realidade e uma antecipação do futuro", insistiu a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, em um comunicado.

O Acordo de Paris, adotado em 2015, pretende limitar o aquecimento global a 2°C e prosseguir com os esforços para contê-lo a 1,5°C na comparação com os níveis pré-industriais.

Joffre Justino