Este é o caminho para a transição energética, sendo importante"atuar como um bloco estratégico" em cimeiras e fóruns internacionais.
Tal exige "uma diplomacia económica muito grande, alianças temáticas (...) e, acima de tudo, uma narrativa comum, que traduza as nossas prioridades em propostas concretas".
A CPLP posicionar-se-a como uma das alternativas" no mundo em termos energéticos, porque tem "definitivamente" condições para tal, afirmou.
"Temos uma grande vantagem. África é definitivamente um continente que temos de olhar como uma oportunidade, e a maioria dos países da CPLP está em África", frisou. Além disso, "o Brasil está inserido como um dos maiores 'players' do G20 e com um posicionamento estratégico que poderá abrir grandes portas", salientou.
Este é tambem o ano da COP 30, no Brasil, falada em português, com Angola a ter a presidência da União Africana, a maior organização regional.
Se "saiu um 'player' financeiro de África", numa alusão indireta aos Estados Unidos, com a nova política de Donald Trump, "podem entrar novos", tendo cada Estado-membro da CPLP capacidades para atrair novos 'players' e investidores, acredita a responsável da ALER.
"Neste momento existe um potencial para os países CPLP se juntarem, para fazerem uma atração de financiamento em conjunto" e assumirem "definitivamente uma posição mais unificada quando vão para fóruns internacionais", insistiu.
Ao nível empresarial, a presidente da ALER vê no espaço da CPLP "um enorme potencial para 'joint ventures' [parcerias], consórcios, missões empresariais conjuntas, e investimentos em projetos de energias renováveis nos países irmãos da CPLP em que se transferissem competências".
A presidente desta associação lusófona destacou também "oportunidades ao nível dos biocombustíveis, hidrogénio verde e funções mais híbridas como gás e solar, que se começam a falar em alguns dos países", além de uma "colaboração com empresas locais de cada país para a criação da uma cadeia de valor verde".
A conferência desta semana vai contar com a presença de ministros e outros representantes de alto nível dos países da CPLP, e outros intervenientes no setor da energia, como representantes da COP 30, da Missão 300, um dos maiores veículos de financiamento para os próximos anos.
Do encontro, "espera-se mais partilha de conhecimento sobre a gestão de recursos", e que discuta "a questão dos fundos de transição e acordos de troca da dívida para serem expandidos para outros países da CPLP".
Segundo a CPLP, a II Conferência de Energia além de ser "um momento de partilha dos últimos desenvolvimentos e projetos âncora das transições energéticas de cada Estado-Membro, pretende promover novas parcerias e oportunidades de investimento e financiamento", sob o lema "Impulsionando uma Transição Energética Resiliente, Sustentável e Inclusiva para a CPLP"
Políticas públicas para a transição energética, planeamento energético, diversificação de combustíveis, sistemas elétricos do futuro, descarbonização e economia verde, compactos de energia, financiamento e investimentos no setor serão temas em discussão.
Promovida pelo Governo de São Tomé e Príncipe, que detém a presidência em exercício da CPLP, conferência será coordenada pela ALER e pela Associação de Reguladores de Energia dos Países de Língua Oficial Portuguesa (RELOP), e conta com o apoio também do Ministério de Ambiente e Energia de Portugal.