Mesmo que recorra dessa decisão, o recurso não será suspensivo, tendo sempre que retirar os cartazes da vida pública, enquanto a ação prossegue noutra instância.
“Desta vez, é uma mensagem divulgada com frieza e premeditação, que desnecessariamente, à luz de qualquer valoração política – estigmatiza todos os ciganos”, lê-se na ação que defende que a frase que está nos outdoors lança “um anátema geral, absoluto e definitivo sobre toda uma comunidade”.
“O que está em causa não é uma etnia, é a humanidade. Hoje são os ciganos, mas amanhã podem ser as mulheres, os pobres, os judeus, os jornalistas. O que pretendemos é impor um limite moral. Não tenho nada contra André Ventura. Sou um cristão. Tenho é contra o que ele faz e diz que é tirar a dignidade ao povo cigano”, disse Paulo Domingos, presidente da Plataforma Nacional para os Direitos dos Ciganos, que é um dos autores da ação.
Entre as testemunhas indicadas por Ricardo Sá Fernandes estão Tereza Pizarro Beleza, coordenadora do Observatório do Racismo e Xenofobia, Cristina Milagre, perita do Conselho da Europa que se tem debruçado sobre estas matérias, e Pedro Bacelar Vasconcelos, constitucionalista e ex-deputado do PS, que em meados dos anos 90, como governador civil de Braga, defendeu uma família de Oleiros, Vila Verde, que a autarquia pretendia expulsar.