“Com os pés no chão, mas muito confiantes para a batalha, arrisco-me a dizer que nós vamos disputar novas presidências de câmara. Estas 19, vamos fazer tudo por tudo para as continuar e reforçar. Vamos ver o que é que acontece. Não vamos concentrar as nossas forças todas nessas 19. Nós vamos disputar novas autarquias”, afirmou Paulo Raimundo.

Em 11 das atuais 19 câmaras governadas pela CDU, incluindo Évora, os presidentes atingem o limite de três mandatos consecutivos em que podem candidatar-se.

À Lusa antes do XXII Congresso do PCP, que se realiza entre 13 e 15 de dezembro, o líder comunista assume que Loures é uma das câmaras que querem reconquistar.

“É uma autarquia onde nós tivemos grandes responsabilidades, com um trabalho extraordinário, exemplar. E, claro, só podemos olhar para ela com o objetivo de voltar a reconquistá-la”, sustentou.

As disputas serão sempre no âmbito da CDU, vinca o secretário-geral dos comunistas, reiterando que em Lisboa a porta está definitivamente fechada ao PS, com a candidatura protagonizada novamente por João Ferreira.

“Então nós temos um dos melhores candidatos que alguma força política podia ter para presidente da câmara? Agora, se alguém quisesse juntar a nossa candidatura, é bem-vindo”, desafiou.

Nas eleições de setembro de 2021, a CDU confirmou a sua tendência decrescente em eleições autárquicas: após ter obtido o seu pior resultado de sempre em 2017 – com a perda de 10 câmaras municipais, passando a ter 24 –, perdeu outras 5, ficando com a presidência de 19 municípios e largando a mão de bastiões que lhe pertenciam desde 1976, como Mora, Montemor-o-Novo (distrito de Évora) e Moita (Setúbal).

Em Lisboa, contudo, a lista à câmara encabeçada por João Ferreira obteve 10,51%, com 25.520 votos, elegendo dois vereadores, o que significou um aumento face a 2017, quando com a conquista dos mesmos dois vereadores tinha sido com 9,55% e 24.110 votos

Paulo Raimundo enfatizou que nas autárquicas estão em causa “308 batalhas”, só considerando o número de presidências de câmara, e que são eleições particulares, com “308 características diferentes em cada uma delas”. “Isso dá-nos confiança, não nos dá medo, dá-nos confiança”, assegura.

Segundo o líder dos comunistas, “pode haver tendências nacionais e gerais e há, aconteceu isso nas últimas, mas depois há particularidades de cada sítio”.

“Leva-nos, por exemplo, a eleger vereadores em concelhos onde as circunstâncias à partida não permitiriam que isso acontecesse e leva-nos a perder autarquias onde à partida as circunstâncias também não pensariam que isso acontecesse”, afirmou.