À Lusa antes do XXII Congresso do PCP, que se realiza entre 13 e 15 de dezembro, o líder comunista assume que Loures é uma das câmaras que querem reconquistar.
“É uma autarquia onde nós tivemos grandes responsabilidades, com um trabalho extraordinário, exemplar. E, claro, só podemos olhar para ela com o objetivo de voltar a reconquistá-la”, sustentou.
As disputas serão sempre no âmbito da CDU, vinca o secretário-geral dos comunistas, reiterando que em Lisboa a porta está definitivamente fechada ao PS, com a candidatura protagonizada novamente por João Ferreira.
“Então nós temos um dos melhores candidatos que alguma força política podia ter para presidente da câmara? Agora, se alguém quisesse juntar a nossa candidatura, é bem-vindo”, desafiou.
Nas eleições de setembro de 2021, a CDU confirmou a sua tendência decrescente em eleições autárquicas: após ter obtido o seu pior resultado de sempre em 2017 – com a perda de 10 câmaras municipais, passando a ter 24 –, perdeu outras 5, ficando com a presidência de 19 municípios e largando a mão de bastiões que lhe pertenciam desde 1976, como Mora, Montemor-o-Novo (distrito de Évora) e Moita (Setúbal).
Em Lisboa, contudo, a lista à câmara encabeçada por João Ferreira obteve 10,51%, com 25.520 votos, elegendo dois vereadores, o que significou um aumento face a 2017, quando com a conquista dos mesmos dois vereadores tinha sido com 9,55% e 24.110 votos
Paulo Raimundo enfatizou que nas autárquicas estão em causa “308 batalhas”, só considerando o número de presidências de câmara, e que são eleições particulares, com “308 características diferentes em cada uma delas”. “Isso dá-nos confiança, não nos dá medo, dá-nos confiança”, assegura.
Segundo o líder dos comunistas, “pode haver tendências nacionais e gerais e há, aconteceu isso nas últimas, mas depois há particularidades de cada sítio”.
“Leva-nos, por exemplo, a eleger vereadores em concelhos onde as circunstâncias à partida não permitiriam que isso acontecesse e leva-nos a perder autarquias onde à partida as circunstâncias também não pensariam que isso acontecesse”, afirmou.