“Na carta enviada, o vice-presidente do Governo [Regional] alerta para o facto de os trabalhadores não terem ainda recebido a remuneração correspondente aos primeiros dias do corrente mês, nem a atualização salarial a que têm direito”, lê-se na nota de imprensa.
Segundo o número dois do Governo dos Açores, Artur Lima, trata-se de uma “situação inédita e inaceitável”, que “fere princípios elementares da justiça laboral” e que “coloca em causa a dignidade dos trabalhadores” abrangidos pelo Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos da América.
“O Estado português deve interceder junto das autoridades dos Estados Unidos, por via diplomática, para garantir que os trabalhadores sejam devidamente remunerados e que as atualizações salariais pendentes sejam aplicadas com urgência”, defende o executivo açoriano.
Para Artur Lima, a situação merece uma "profunda preocupação" já que “afeta diretamente famílias açorianas e compromete a estabilidade social e económica da ilha Terceira”.
Para o Governo Regional tudo resulta da paralisação orçamental da administração estadunidense e que terá “impactos temporários”.
Note-se entretanto bi “que em situações semelhantes no passado nunca ocorreu qualquer interrupção nos pagamentos”.
“No mesmo documento, Artur Lima solicita que o Governo da República ative todos os canais diplomáticos disponíveis para assegurar o cumprimento das obrigações contratuais e salariais relativas aos trabalhadores portugueses civis na Base das Lajes”.
O Governo Regional apela a Rangel para procurar “esclarecimentos formais sobre as razões pelas quais a Comissão Laboral e a Comissão Bilateral Permanente não se têm reunido conforme previsto”.
Durante todo o período da paralisação orçamental, conhecida por “shutdown”, os mais de 2,3 milhões de funcionários federais não recebem salários — mesmo aqueles que devem continuar a trabalhar —, assim como os mais de 1,3 milhão de militares.
Portugal e os Estados Unidos possuem um Acordo Bilateral de Defesa e Cooperação que permite aos norte-americanos usufruírem de facilidades militares na Base das Lajes, onde trabalha um efetivo civil português.
É assim a direita trumpista chega aos Açores!