O cidadão Spinola era um fascista um amante de Hitler que em 1941, adorou estar na missão de estudo do Exército português na Escola de Carros de Combate do Exército alemão e na frente germano-russa isto é no arranque do que as forças alemãs imaginavam uma fácil invasão da URSS soviéticos a 22 de junho de 1941, menos de dois anos após o Pacto Alemão Soviético haver sido assinado na famosa “Operação Barbarossa”.
Em 1947, Spínola é nomeado agora para uma missão de estudo na Guarda Civil Espanhola, uma vez que exercia funções na Guarda Nacional Republicana no ano em que o assassino terrorista fascista publicou a sua Lei de Sucessões de 1947 que repunha a Espanha como um reino de jure, mas colocava Franco acima do rei em causa enquanto o chefe de estado vitalício com o poder de escolher a pessoa que se tornaria rei de Espanha e seu sucessor…que monarquismo aquele das vizinhas Espanhas!
Quando o vimos na televisão ( e às “jarras” que o circundavam), feito PR, duvidámos imenso da democratização de Portugal, da descolonização, e, claro, do desenvolvimento sugerido pelo MFA!
Caía o fascismo salazarento, mas ser dominado pelo exercito que denominávamos de colonial fascista não augurava nada de bom para os dias que se seguiam!
A chamada Esquerda maoista estava dividida até na analise que se fazia do momento com uns a sonhar com a “Revolução Popular” e outros a assumir que o objetivo face à fragilização das lutas dos trabalhadores e à crise que se adivinhava com o fim do Império que a luta popular se deveria concentrar na defesa da chamada democracia burguesa que facilitasse o despertar revolucionário dos trabalhadores!
Eis porque a 19 de maio de 1974 na homenagem a Catarina Eufémia, organizada formalmente pelo Movimento Democrático das Mulheres (MDM), na verdade pelo PCP, o PCPml esteve presente e sem qualquer conflito entre grupos, pois que nesse momento todos tateavam o ambiente com imensas cautelas!
Mas, na realidade, o aparelho do PCP essa disciplinada motivada base do partido, impunha-se no terreno social e político, e só o MRPP se batia taco a taco com o PCP na conquista desse terreno e a gerar intervenção policial militarista aqui e ali dada a radicalização, muito lenta radicalização diga-se por ele sobretudo gerada!
Entretanto nos corredores do poder Palma Carlos era com Sa Carneiro derrotado numa tentativa falhada de golpe de secretaria e marginalmente a desorientada extrema direita fascista dividia-se entre mafiosos capos e partidecos surrealistas.
Na verdade o Movimento das Forças Armadas, MFA propusera os nomes de Pereira de Moura, Raul Rego ou Miller Guerra para primeiro ministro mas o não eleito PR Spínola não concordou e nomeou Adelino da Palma Carlos, que lhe fora sugerido pelos dirigentes do Grande Oriente Lusitano governo que durou 56 dias por conflitualidades evidentes entre Spínola e o MFA sobre a estrutura do poder e a descolonização
Demitindo-se de primeiro-ministro Palma Carlos, a 9 de Julho de 1974, logo a 12 de Julho, Vasco Gonçalves, um militar do MFA, foi indigitado pelo presidente da República, António de Spínola, para o cargo de primeiro-ministro.
Este novo governo, é composto por vários membros da ala esquerda do MFA, como Ernesto Melo Antunes
E este II Governo Provisório tomou posse a 18 de Julho e caiu a 30 de Setembro do mesmo ano.
Nesse contexto de um I governo provisório instável mas dinâmico sob a pressão de Francisco Pereira de Moura e de Avelino Pacheco Gonçalves ministro do Trabalho desse I Governo provisório criara -se “o salário mínimo em 1974 foi um impulso para a economia” e “foi aprovada, depois de largos dias de debate e análise em grupos de trabalho, de 3.300. Era um valor que abrangia 56% dos trabalhadores portugueses. E que representava um “escandaloso” aumento para muita gente, visto que, por exemplo, no sector têxtil, o rendimento médio era claramente mais baixo. As mulheres tinham uma média de ordenados nesse sector para aí de mil escudos. E também essas foram abrangidas.
Ja o II governo provisório viveu sob a pressão crescente de um Spinola incapaz de conviver em Democracia enquistado numa visão federalista para um imperio que depois de 13 anos tinha um exercito derrotado na Guibé Bissau e desmotivado incapaz portanto de ter e assumir uma estratégia
Assim no caso de Angola as divergências e tensões entre a estratégia federalista de Spínola, que foi apoiar-se numas hipoteticas “forças vivas” da comunidade branca sabendo que se confrontava com 3 movimentos de libertacao dois deles derrotados e um em fase de lento crescimento e esqueceu o apoio do MFA (local e nacional) a uma independência rápida negociada com os movimentos de libertação e sobretudo a existência dos grupos oposicionistas como o Movimento Democrático de Angola e ainda quer toda uma recente intelectualidade luso angolana muito pouco luso diga-se e a recente ( à época ) divisão do MPLA em 3 grupos políticos.
Sem nenhum juízo, Spinola a 11 de Junho de 74 nomeou como governador Silvino Silvério Marques, que foi rejeitado pelo MFA local, e gerou a sua substituição pelo militar Rosa Coutinho, um por vingativas razões apoiante de ultima hora do MPLA de Neto.
Mas antes no dia 8 de junho Spínola convoca uma assembleia de oficiais na Manutenção Militar a fim de decidir quem deveria conduzir este processo.
Como tantas outras, a reunião começou com manifestações de confronto com as principais divergências a relacionarem-se com a questão de Moçambique e a exigência da FRELIMO de ser reconhecida como único interlocutor nas negociações com o governo português – posição defendida pela Comissão Coordenadora do MFA mas recusada por muitos dos oficiais.
Porém, a assembleia acabaria por mostrar-se decisiva por, pela primeira vez, se verificar uma posição coletiva contra a continuação da guerra colonial e a favor de um cessar-fogo imediato com os movimentos de libertação.
Num discurso proferido a 11 de junho, por ocasião da tomada de posse dos novos governadores-gerais de Angola e Moçambique, Silvino Silvério Marques e Henrique Soares de Melo, o Presidente da República declarou o compromisso de Portugal em descolonizar os territórios ultramarinos, mas apenas a partir do momento em que a democracia ali estivesse estabelecida.
Dois dias depois, convoca nova reunião na Manutenção Militar, onde se propunha exigir ao MFA um voto de confiança na sua pessoa, o alargamento dos seus poderes presidenciais e o seu reconhecimento como condutor do processo de descolonização.
A Comissão Coordenadora do MFA denuncia a estratégia spinolista, gerando-se um aceso debate durante o qual Spínola, convencido de que havia conseguido fazer vingar a sua proposta, abandona a reunião.
A fim de clarificar a situação, no dia seguinte (14 de junho) a Coordenadora pede uma audiência ao Presidente República, demonstrando que não estava disposta a ceder às suas exigências.
A pressão da ala esquerda do MFA, na metrópole e no ultramar, fragilizava cada vez mais a posição de Spínola conduzindo à frustração das suas ambições federalistas. Para este desfecho contribuiu também o fraco apoio com que o presidente contou da parte das potências europeias e dos EUA.
A 19 de junho, Spínola encontrou-se com o presidente dos EUA Nixon, na ilha Terceira, e tenta convencê-lo de que a URSS iria utilizar os territórios ultramarinos portugueses para fortalecer a sua posição no Atlântico Sul.
Um Nixon fragilizado com o caso do Watergate e dado que a administração estadunidense tinha outras prioridades originou o fracasso deste encontro que é acompanhado pelo desinteresse das potências europeias se envolverem na solução federalista de Spínola
Entretanto a crispação política gerava um clima de crescente tensão social em Luanda, com episódios de violência racial que degeneraram em violentos confrontos nos musseques de Luanda a meados de julho de 1974.
Face a esta situação, a Comissão do MFA em Angola denunciou Silvério Marques de inação e exigiu a sua substituição.
A 22 de julho, Spínola nomeou uma Junta Governativa com poderes civis e militares que seria presidida pelo almirante António Alva Rosa Coutinho. Este era o mais jovem membro da Junta de Salvação Nacional e desde cedo deixaria patente o seu alinhamento com as posições da Comissão do MFA, em Angola.
No dia 27 de julho, Spínola promulgava a Lei Constitucional nº7/74, na qual era mencionado pela primeira vez que “o reconhecimento do direito à autodeterminação, com todas as suas consequências” incluía “a aceitação da independência dos territórios ultramarinos”.
Spínola reconheceu tratar-se de uma tarefa “complexa” mas garantiu que iria ser cumprida para Portugal poder ficar no mundo “de cabeça erguida”.
Chamou-lhe uma “vitória sobre nós próprios, sobre os nossos erros, sobre as nossas contradições”e aceitou serb um momento histórico que o mundo ansiava - a paz na África Portuguesa .
A título de desabafo, Spínola aborda como foi difícil tomar a decisão que tomou.
Uma decisão que chega na altura própria e cujo adiamento seria uma “flagrante negação de nós próprios”.
O projeto federalista de Spínola parecia cair por terra.
No dia seguinte, questionado sobre as fases da descolonização, Spínola confirma que a Guiné Bissau será o primeiro caso a ser conhecido e confirma papel nesse processo do PAIGC.
Garante ainda que Portugal ficará ligado “para sempre” a todos os territórios portugueses a descolonizar.
Cinco dias depois, o secretário-geral das Nações Unidas Kurt Waldheim chegava a Lisboa para uma visita oficial a convite do Presidente da República.
Nesta ocasião, Waldheim discutiu com Spínola, Vasco Gonçalves e Mário Soares o futuro dos territórios ultramarinos portugueses e as modalidades de uma possível assistência da ONU no processo de descolonização.
No comunicado final apresentado ao secretário-geral, o governo português comprometeu-se a respeitar as suas obrigações quanto ao capítulo XI da Carta das Nações Unidas e à resolução nº1514, relativa à “concessão de independência aos povos e territórios coloniais”.
O comunicado mencionava também as disposições do governo em relação a cada um dos territórios ultramarinos:
* no caso da Guiné-Bissau assinalava o pronto reconhecimento da sua independência e a “transferência imediata” de poderes;
* no caso de Cabo Verde, a cooperação com “os órgãos competentes das Nações Unidas com vista a acelerar o processo de descolonização”;
* em relação a Moçambique, a prossecução das negociações com a FRELIMO e a aceleração do processo de independência;
* no caso de Angola, a “intenção de estabelecer (…) contactos com os movimentos de libertação de modo a poderem iniciar-se (..) negociações formais”;
* em relação a São Tomé e Príncipe, havia o compromisso em “aplicar as decisões das Nações Unidas” quanto à autodeterminação e independência deste território.
Estava finalmente aberto o caminho para a independência das colónias portuguesas.
Nesse complexo contexto, a 18 de Setembro, três dias depois de um encontro entre Spínola e Mobutu Sese Seko na ilha do Sal, realizou-se uma reunião em Luanda com cerca de 500 oficiais, que reafirmaram o apoio à já aprovada lei 7/74: “reconhecimento por Portugal do direito dos povos à autodeterminação (...) com todas as suas consequências, inclui[ndo] a aceitação da independência dos territórios ultramarinos”, seguindo na verdade a visão nada estratégica de Independência para as colónias já !, e Nem Mais um Soldado para as colónias dos maoistas e restante extrema esquerda mas que acompanhava o esgotamento popular generalizado de uma guerra colonial de 13 anos quase todos de desastre anunciado e um sentimento verdadeiro de justiça para a maioria negra e mestiça dessas colónias
Na verdade a 15.09.1974 em Cabo Verde, na Ilha do Sal, o General Spínola, enquanto presidente da República, e o General Mobutu Sese Seko, presidente do Zaire, participam numa reunião sobre o processo de descolonização da província ultramarina de Angola onde procuram isolar o mpla no seu todo
A decisão do reconhecimento da Independência das parcelas do Império português que foram chamadas colónias e depois províncias ultramarinas na pressa de responder à promoção das Independências das então colónias nos anos 50/60 do século XX é assumida por Spinola a 27.07.74
https://media.rtp.pt/descolonizacaoportuguesa/pecas/a-declaracao-de-spinola-de-27-de-julho-de-1974/
Acomoanhando o relato do Centro de Documentação 25 de abril - Universidade de Coimbra.
Assim a 22 de Setembro •É criado o Conselho dos Vinte, como Conselho Superior do MFA. Este Conselho tem como função a estruturação do Movimento. Nele terão assento militares pertencentes à Coordenadora do Programa das Forças Armadas, à JSN e ao Governo, representativos das mais importantes tendências civis e militares. Esta reestruturação do MFA traduziu-se também na criação da Assembleia do MFA e dos Conselhos para todos os ramos das Forças Armadas.
1. O que se assiste é ao processo tentado de autonomização do MFA integrando as varias estruturas saídas quer do golpe de estado de 25.04.74, quer do decorrer do processo ainda não revolucionário mas a caminho de tal
•Mário Soares discursa perante a Assembleia Geral da ONU.
25 de Setembro
•Anunciam-se conversações luso-indonésias sobre o território de Timor com vista à realização de um plebiscito cujos resultados o Governo Indonésio afirma aceitar.
•São despedidos 300 operários de manutenção da TAP em consequência da greve de zelo iniciada depois da requisição civil.
•É anunciada a data da realização da manifestação de apoio ao PR.
26 de Setembro
•Concurso Hípico Internacional, a que assistiram António de Spínola e Costa Gomes. A maioria do público vitoriou António de Spínola, fazendo-lhe entrega de um cartaz da Maioria Silenciosa, enquanto ignorava Costa Gomes CEMGFA.
à noite
•O general Spínola e o general Vasco Gonçalves assistem a uma corrida de touros anualmente organizada pela Liga dos Combatentes. À sua chegada, Santos Machado leu um comunicado em que oferecia a corrida " aos mortos do Ultramar, aos combatentes, ao povo caído no campo da honra. Todas as faenas foram saudadas com gritos de "Portugal, Portugal, Ultramar, Ultramar". Nessa mesma noite a comissão organizadora da manifestação emitiu um comunicado em que aludia aos confrontos havidos à saída da corrida, entre os partidários do general Spínola e os seus opositores, e concluía: "Estão definidos os dois campos. Realizou-se ontem o primeiro acto da nossa grande manifestação". Santos Machado, através de uma central telefónica clandestina, alegadamente montada por Sá Machado para contrariar o processo de descolonização, convocou uma reunião em sua casa com a presença de cerca de 80 pessoas, em que se destacavam: Gilberto Santos Castro, o coronel Cavaleiro, Van Uden, Sá Machado, Ávila e Carlos Vieira da Rocha, encarregado de informar o general Spínola das decisões tomadas. O objectivo da reunião era saber se podiam activar o plano conspirativo então traçado e que constava do seguinte: um grupo de 300 militares que se encontrava na Quinta da Marinha, propriedade de Carlos Champalimaud, dirigir-se-ia ao Quartel da GNR, em Braço de Prata, para desmontar as barricadas com que as forças de esquerda bloquearam os acessos a Lisboa. Os confrontos inevitáveis seriam o pretexto para que o PR decretasse o estado de sítio. Em paralelo em Angola estava em marcha uma acção liderada por Santos e Castro. (JSC)
2. Na atividade tauromáquica o primeiro ministro é apupado e os discursos e palavras de ordem centram-se na defesa do sistema colonial e dos seus defensores tal qual ele tinha sido e ainda era bem na linho dos que por via de um golpe de estado tinham afastado em 1961 o então ministro da defesa general Botelho Moniz e o tenente coronel Costa Gomes o que teria sido o momento certo para a visão federalista que Spínola so tomou como sua em 1974. Estava patente a visão anti 25 de abril dos fascio organizadores
27 de Setembro
•Elementos da CCP reúnem com o PR alegando a existência de uma conspiração por detrás da manifestação da Maioria Silenciosa.
•Reunião, em Belém, do Conselho de Ministros com o PR. A maioria do executivo não se manifesta de acordo com as análises de António de Spínola. Apenas aceitam as suas conclusões Almeida Santos, Firmino Miguel e Sanches Osório.
•Reunião da JSN com o Primeiro Ministro. Decide-se fazer uma comunicação ao país. Sanches Osório redige um comunicado exortando os portugueses a levantarem as barricadas, reservando-se o Governo o direito de tomar todas as medidas para fazer cumprir a lei. Vasco Gonçalves, não concordando com aquele texto, redige um outro comunicado que a JSN aprovou.
•O PR recebe uma comissão das "Forças Vivas de Angola", composta por dirigentes da União Nacional de Angola, Partido Cristão para a Democracia de Angola, e Frente de Libertação do Enclave de Cabinda. Santos e Castro, governador colonial até 25 de Abril e Altino de Magalhães, CEM de Angola, encontravam-se em Portugal para receber o Governo de Angola, caso triunfasse o alegado projecto de Spínola. (JSC)
•Os sindicatos lançam apelos, através da rádio, convocando os associados para as respectivas sedes.
•Os "Grupos de Vigilância Anti-Fascista" distribuem comunicados apelando à população para que saia à rua a impedir a manifestação anunciada.
•Reunião entre os dirigentes do CDS (Amaro da Costa, Freitas do Amaral, e Luís Moreno) e membros da 5ª Divisão do EMGFA, durante a qual aquele partido se distancia das tácticas da direita salazarista e da movimentação da Maioria Silenciosa. (JSC)
•O general Galvão de Melo emite um comunicado de apoio à manifestação, que no entanto é boicotado por toda a imprensa da capital com excepção do vespertino A Capital. (JSC)
•Durante a noite é iniciada pelo COPCON uma operação de detenção de indivíduos "suspeitos de implicação num golpe contra-revolucionário".
•Entretanto, durante toda a noite permanecem em Belém o Presidente da República, o Primeiro-Ministro, o CEMGFA, o Ministro da Defesa, Comandantes do COPCON, GNR e PSP. António de Spínola comunica a Otelo Saraiva de Carvalho que lhe retira o comando das forças do COPCON que passará a ser exercido directamente do Palácio de Belém por Costa Gomes.
•Por ordem da Presidência da República e numa operação da GNR e PSP comandada por Firmino Miguel, são ocupadas e encerradas as emissoras da rádio, com excepção da Emissora Nacional.
3. As partes iam-se construindo uma parte com Spinola e outra com o MFA ! Inicia-se aqui a primeira fase do que será o PREC
28 de Setembro
•Chega às instalações do COPCON o Brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho, acompanhado do Ministro da Defesa, Firmino Miguel.
•É lido, aos microfones da Emissora Nacional, o primeiro comunicado do MFA sobre os acontecimentos.
•O Ministro da Comunicação Social lê, na Emissora Nacional, um comunicado do Governo Provisório que é repetido de meia em meia hora.
•É distribuído um comunicado da Presidência da República em que se declara ser inconveniente a realização da manifestação.
tarde
•Efectua-se em S. Bento uma reunião da CCP, Primeiro Ministro e ministros militares, que decide propor ao PR uma plataforma de entendimento com as seguintes bases:
Demissão imediata de Galvão de Melo, Jaime Silvério Marques e Diogo Neto.
Demissão imediata de Sanches Osório.
Confinar a actividade do PR à sua esfera de acção.
•O Primeiro Ministro é recebido pelo PR na presença de Costa Gomes. António de Spínola repete a sua anterior análise da situação e sugere a demissão de Vasco Gonçalves. Este responde com a plataforma proposta na reunião anterior, que o PR não aceita.
•Forças do COPCON substituem as da GNR e PSP nas estações de rádio, que entretanto começam a difundir.
noite
•Costa Gomes encontra-se na sua residência com a CCP, ministros militares e Comandante-Adjunto do COPCON, ficando acordado que seria de novo apresentada ao PR a plataforma de conciliação.
•Os principais partidos políticos distribuem comunicados apelando “à vigilância popular” contra as tentativas contra-revolucionárias da “Minoria Tenebrosa”. O MDP publica o panfleto “Minoria Tenebrosa” em que “copia” propositadamente o grafismo e o ícone criados por Quino (Hipólito Raposo) no comunicado de apelo à Manifestação da Maioria Silenciosa.
4. A extrema direita assume a derrota como um duro revés e uma vitoria do PCP, do MFA e da extrema-esquerda que contratacaram erguendo barricadas nas ruas de acesso à capital, encerrando as sedes do MFP/PP, do MAP, do MPP, a dissolução dos partidos, juntamente com o PL e PTDP, e com centenas de dirigentes, militantes e simpatizantes das direitas a serem presos.
Dos partidos à direita do CDS, sobrevive apenas o PDC. Nos meses seguintes, o PDC tenta salvaguardar a própria existência, oferecendo a secretaria do partido a um dos protagonistas militares do 25 de abril e membro do primeiro governo provisório: o major José Sanches Osório.
29 de Setembro
•Reunião da CCP com a JSN e o Presidente da República. O PR propõe a extinção da CCP, o que não é aceite. A CCP apresenta um documento assinado por todos os seus membros, no qual informa que o MFA retira o mandato aos Generais Diogo Neto, Jaime Silvério Marques e Galvão de Melo.
•Reunião do Conselho de Estado com o PR. A proposta de António de Spínola de declarar o estado de sítio não é aceite.
•Reunião da CCP com a JSN. Decidida a demissão dos três generais do corpo de membros da JSN.
•Apresentada uma proposta de institucionalização do MFA, para consideração posterior do PR e CEMGFA.
•Depois de vários comunicados do MFA, Otelo Saraiva de Carvalho lê na televisão um comunicado em que pede aos piquetes de civis que fazem barricadas nas estradas para retirarem, pois serão substituídos por forças do COPCON.
•António de Spínola convoca Costa Gomes e Vasco Gonçalves para os informar de que decidira renunciar à Presidência da República.
•O PR manda convocar para a manhã do dia seguinte o Conselho de Estado e faz as diligências necessárias para que estejam presentes os órgãos de comunicação social, incluindo a RTP e a Emissora Nacional.
•Às 24 horas o Primeiro-Ministro faz uma comunicação ao país.
•O Governador de Macau, Nobre de Carvalho, cessa funções.
•Nas primeiras páginas dos jornais surgem as imagens da movimentação política militar e popular que levaria ao afastamento do General António de Spínola do cargo de Presidente da República por divergências insanáveis com o MFA e com o espírito e os objectivos do 25 de Abril.
5. Estrutura-se assim o coletivo de organizações que gerirão o processo revolucionário ainda numa visao frentista juntando até do CDS à UDP com o PCP a assumir um crescente papel no desenrolar do processo
30 de Setembro
•Perante o Conselho de Estado, o general António de Spínola renuncia ao cargo de Presidente da República.
•O discurso de renúncia é transmitido directamente pela Rádio e Televisão: "O meu sentido de lealdade inibe-me de trair o povo a que pertenço e para o qual, sob a bandeira de uma falsa liberdade, estão preparando novas formas de escravidão".
•Nomeação de Costa Gomes para a Presidência da República. Acumula estas funções com as de CEMGFA.
•Formação do 3º Governo Provisório.
•Em Lisboa, realiza-se uma manifestação unitária de apoio ao MFA.
•Deixa de publicar-se o boletim Mensal do Movimento Monárquico Consciência Nacional.
6. É a derrota absoluta das organizações fascistas nascidas com o derrubar do regime, como é a confirmação da existência de uma vontade popular para o encaminhamento de um modelo de Democracia Avançada que foi travada com a radicalização nascida com a segunda tentativa de golpe spinolista anti democrático o 11.03.75
Na metrópole existia uma profunda divisão relativamente à questão colonial. Embora a maioria dos partidos e movimentos políticos concordassem na necessidade pôr fim à guerra – tornou-se nesta altura famoso o slogan do MRPP “nem mais um soldado para as colónias” ou ainda “queremos os nossos filhos amanhã”–, não havia um consenso relativamente ao processo de descolonização.
As posições dos diferentes partidos:
* Para a extrema-esquerda, como o MRPP e o PCP-ML, era urgente conceder a independência imediata aos territórios ultramarinos;
* O PCP, de Álvaro Cunhal, tomava uma posição um pouco mais prudente, pronunciando-se a favor do início das negociações apenas com os movimentos de libertação que considerava anticolonialistas (PAIGC, MPLA e FRELIMO);
* O PS de Mário Soares demonstrava fortes reservas relativamente à solução federalista preconizada por António de Spínola e defendia a negociação direta das independências com os movimentos de libertação.
Spínola tenta fazer valer a sua posição relativamente ao processo de descolonização. Num discurso proferido em 11 de junho, por ocasião da tomada de posse dos novos governadores-gerais de Angola e Moçambique, Silvino Silvério Marques e Henrique Soares de Melo, o Presidente da República declarava o compromisso de Portugal em descolonizar os territórios ultramarinos, mas apenas a partir do momento em que a democracia ali estivesse estabelecida.
A 19 de junho, Spínola encontrara-se com o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, na ilha Terceira, procurando convencê-lo de que a União Soviética procurava utilizar os territórios ultramarinos portugueses para fortalecer a sua posição no Atlântico Sul. Porém, Nixon estava fragilizado pelo recente caso do Watergate e a administração americana tinha outras prioridades na sua agenda internacional, pelo que o encontro se revelaria bastante infrutífero. Por outro lado, o historiador Pedro Aires Oliveira (2015, 69-70) refere que as potências europeias não tinham interesse em apoiar a solução federalista de Spínola devido aos riscos que esta comportava quanto à evolução política em Portugal e à desilusão que as experiências democráticas nos países africanos recentemente emancipados haviam
1974-10-29Distúrbios em Lourenço Marques
Lourenço Marques, lojas do centro comercial "Saratoga" no Alto Maé são afetadas por distúrbios registados com recurso a armas de…
22 de Setembro
•É criado o Conselho dos Vinte, como Conselho Superior do MFA. Este Conselho tem como função a estruturação do Movimento. Nele terão assento militares pertencentes à Coordenadora do Programa das Forças Armadas, à JSN e ao Governo, representativos das mais importantes tendências civis e militares. Esta reestruturação do MFA traduziu-se também na criação da Assembleia do MFA e dos Conselhos para todos os ramos das Forças Armadas.
•Mário Soares discursa perante a Assembleia Geral da ONU.
25 de Setembro
•Anunciam-se conversações luso-indonésias sobre o território de Timor com vista à realização de um plebiscito cujos resultados o Governo Indonésio afirma aceitar.
•São despedidos 300 operários de manutenção da TAP em consequência da greve de zelo iniciada depois da requisição civil.
•É anunciada a data da realização da manifestação de apoio ao PR.
26 de Setembro
•Concurso Hípico Internacional, a que assistiram António de Spínola e Costa Gomes. A maioria do público vitoriou António de Spínola, fazendo-lhe entrega de um cartaz da Maioria Silenciosa, enquanto ignorava Costa Gomes CEMGFA.
à noite
•O general Spínola e o general Vasco Gonçalves assistem a uma corrida de touros anualmente organizada pela Liga dos Combatentes. À sua chegada, Santos Machado leu um comunicado em que oferecia a corrida " aos mortos do Ultramar, aos combatentes, ao povo caído no campo da honra. Todas as faenas foram saudadas com gritos de "Portugal, Portugal, Ultramar, Ultramar". Nessa mesma noite a comissão organizadora da manifestação emitiu um comunicado em que aludia aos confrontos havidos à saída da corrida, entre os partidários do general Spínola e os seus opositores, e concluía: "Estão definidos os dois campos. Realizou-se ontem o primeiro acto da nossa grande manifestação". Santos Machado, através de uma central telefónica clandestina, alegadamente montada por Sá Machado para contrariar o processo de descolonização, convocou uma reunião em sua casa com a presença de cerca de 80 pessoas, em que se destacavam: Gilberto Santos Castro, o coronel Cavaleiro, Van Uden, Sá Machado, Ávila e Carlos Vieira da Rocha, encarregado de informar o general Spínola das decisões tomadas. O objectivo da reunião era saber se podiam activar o plano conspirativo então traçado e que constava do seguinte: um grupo de 300 militares que se encontrava na Quinta da Marinha, propriedade de Carlos Champalimaud, dirigir-se-ia ao Quartel da GNR, em Braço de Prata, para desmontar as barricadas com que as forças de esquerda bloquearam os acessos a Lisboa. Os confrontos inevitáveis seriam o pretexto para que o PR decretasse o estado de sítio. Em paralelo em Angola estava em marcha uma acção liderada por Santos e Castro. (JSC)
27 de Setembro
•Elementos da CCP reúnem com o PR alegando a existência de uma conspiração por detrás da manifestação da Maioria Silenciosa.
•Reunião, em Belém, do Conselho de Ministros com o PR. A maioria do executivo não se manifesta de acordo com as análises de António de Spínola. Apenas aceitam as suas conclusões Almeida Santos, Firmino Miguel e Sanches Osório.
•Reunião da JSN com o Primeiro Ministro. Decide-se fazer uma comunicação ao país. Sanches Osório redige um comunicado exortando os portugueses a levantarem as barricadas, reservando-se o Governo o direito de tomar todas as medidas para fazer cumprir a lei. Vasco Gonçalves, não concordando com aquele texto, redige um outro comunicado que a JSN aprovou.
•O PR recebe uma comissão das "Forças Vivas de Angola", composta por dirigentes da União Nacional de Angola, Partido Cristão para a Democracia de Angola, e Frente de Libertação do Enclave de Cabinda. Santos e Castro, governador colonial até 25 de Abril e Altino de Magalhães, CEM de Angola, encontravam-se em Portugal para receber o Governo de Angola, caso triunfasse o alegado projecto de Spínola. (JSC)
•Os sindicatos lançam apelos, através da rádio, convocando os associados para as respectivas sedes.
•Os "Grupos de Vigilância Anti-Fascista" distribuem comunicados apelando à população para que saia à rua a impedir a manifestação anunciada.
•Reunião entre os dirigentes do CDS (Amaro da Costa, Freitas do Amaral, e Luís Moreno) e membros da 5ª Divisão do EMGFA, durante a qual aquele partido se distancia das tácticas da direita salazarista e da movimentação da Maioria Silenciosa. (JSC)
•O general Galvão de Melo emite um comunicado de apoio à manifestação, que no entanto é boicotado por toda a imprensa da capital com excepção do vespertino A Capital. (JSC)
•Durante a noite é iniciada pelo COPCON uma operação de detenção de indivíduos "suspeitos de implicação num golpe contra-revolucionário".
•Entretanto, durante toda a noite permanecem em Belém o Presidente da República, o Primeiro-Ministro, o CEMGFA, o Ministro da Defesa, Comandantes do COPCON, GNR e PSP. António de Spínola comunica a Otelo Saraiva de Carvalho que lhe retira o comando das forças do COPCON que passará a ser exercido directamente do Palácio de Belém por Costa Gomes.
•Por ordem da Presidência da República e numa operação da GNR e PSP comandada por Firmino Miguel, são ocupadas e encerradas as emissoras da rádio, com excepção da Emissora Nacional.
28 de Setembro
•Chega às instalações do COPCON o Brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho, acompanhado do Ministro da Defesa, Firmino Miguel.
•É lido, aos microfones da Emissora Nacional, o primeiro comunicado do MFA sobre os acontecimentos.
•O Ministro da Comunicação Social lê, na Emissora Nacional, um comunicado do Governo Provisório que é repetido de meia em meia hora.
•É distribuído um comunicado da Presidência da República em que se declara ser inconveniente a realização da manifestação.
tarde
•Efectua-se em S. Bento uma reunião da CCP, Primeiro Ministro e ministros militares, que decide propor ao PR uma plataforma de entendimento com as seguintes bases:
Demissão imediata de Galvão de Melo, Jaime Silvério Marques e Diogo Neto.
Demissão imediata de Sanches Osório.
Confinar a actividade do PR à sua esfera de acção.
•O Primeiro Ministro é recebido pelo PR na presença de Costa Gomes. António de Spínola repete a sua anterior análise da situação e sugere a demissão de Vasco Gonçalves. Este responde com a plataforma proposta na reunião anterior, que o PR não aceita.
•Forças do COPCON substituem as da GNR e PSP nas estações de rádio, que entretanto começam a difundir.
noite
•Costa Gomes encontra-se na sua residência com a CCP, ministros militares e Comandante-Adjunto do COPCON, ficando acordado que seria de novo apresentada ao PR a plataforma de conciliação.
•Os principais partidos políticos distribuem comunicados apelando “à vigilância popular” contra as tentativas contra-revolucionárias da “Minoria Tenebrosa”. O MDP publica o panfleto “Minoria Tenebrosa” em que “copia” propositadamente o grafismo e o ícone criados por Quino (Hipólito Raposo) no comunicado de apelo à Manifestação da Maioria Silenciosa.
29 de Setembro
•Reunião da CCP com a JSN e o Presidente da República. O PR propõe a extinção da CCP, o que não é aceite. A CCP apresenta um documento assinado por todos os seus membros, no qual informa que o MFA retira o mandato aos Generais Diogo Neto, Jaime Silvério Marques e Galvão de Melo.
•Reunião do Conselho de Estado com o PR. A proposta de António de Spínola de declarar o estado de sítio não é aceite.
•Reunião da CCP com a JSN. Decidida a demissão dos três generais do corpo de membros da JSN.
•Apresentada uma proposta de institucionalização do MFA, para consideração posterior do PR e CEMGFA.
•Depois de vários comunicados do MFA, Otelo Saraiva de Carvalho lê na televisão um comunicado em que pede aos piquetes de civis que fazem barricadas nas estradas para retirarem, pois serão substituídos por forças do COPCON.
•António de Spínola convoca Costa Gomes e Vasco Gonçalves para os informar de que decidira renunciar à Presidência da República.
•O PR manda convocar para a manhã do dia seguinte o Conselho de Estado e faz as diligências necessárias para que estejam presentes os órgãos de comunicação social, incluindo a RTP e a Emissora Nacional.
•Às 24 horas o Primeiro-Ministro faz uma comunicação ao país.
•O Governador de Macau, Nobre de Carvalho, cessa funções.
•Nas primeiras páginas dos jornais surgem as imagens da movimentação política militar e popular que levaria ao afastamento do General António de Spínola do cargo de Presidente da República por divergências insanáveis com o MFA e com o espírito e os objectivos do 25 de Abril.
30 de Setembro
•Perante o Conselho de Estado, o general António de Spínola renuncia ao cargo de Presidente da República.
•O discurso de renúncia é transmitido directamente pela Rádio e Televisão: "O meu sentido de lealdade inibe-me de trair o povo a que pertenço e para o qual, sob a bandeira de uma falsa liberdade, estão preparando novas formas de escravidão".
•Nomeação de Costa Gomes para a Presidência da República. Acumula estas funções com as de CEMGFA.
•Formação do 3º Governo Provisório.
•Em Lisboa, realiza-se uma manifestação unitária de apoio ao MFA.
•Deixa de publicar-se o boletim Mensal do Movimento Monárquico Consciência Nacional. (JSC)
Ainda hoje o 28.09.74 é uma data maldita a esquecer ..