Segundo o advogado Marcus Vinícius Figueiredo, "é facto público" que Dino desempenhou um papel ativo na resposta aos ataques.
Outro pedido, feito pelo ex-ministro Walter Braga Netto, questionava a imparcialidade de Moraes.
A defesa sustentava que o ministro não poderia atuar no caso, pois as investigações da PGR e da Polícia Federal (PF) apontavam um plano de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para atentar contra sua vida, além de ameaças ao presidente Lula da Silva e ao vice-presidente Geraldo Alckmin do PSB.
Bolsonaro também protocolou duas solicitações de impedimento, numa delas, argumentou que Dino não poderia participar do julgamento, pois, em 2021, quando ainda governava o Maranhão, entrou com uma queixa-crime contra o ex-presidente.
O outro pedido do ex-mandatário tentava afastar Zanin, alegando que o ministro atuou anteriormente como advogado de Lula e do PT, o que comprometeria sua isenção. Zanin já se declarou impedido em outras situações envolvendo Bolsonaro, como no julgamento de um recurso eleitoral de 2022.
Barroso, antes de levar o caso ao plenário virtual, solicitou manifestações de Dino e Zanin, que reafirmaram sua capacidade de julgar o processo.
O plenário virtual abriu excepcionalmente às 11h desta quarta-feira, 19.03, para a deliberação dos juizes, que têm até às 23h59 desta quinta-feira, 20.03, para registrar seus votos.
Com a decisão do STF, o julgamento da denúncia da PGR segue para a Primeira Turma do tribunal, composta por Zanin (presidente), Moraes (relator), Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
O primeiro grupo de denunciados, incluindo Bolsonaro, terá seu caso analisado na próxima semana, nos dias 25 e 26 de março.