À TSF, o lider do PCP  defende que se vive um  tempo da "resistência" que  não estão fáceis para o partido e que há muito para melhorar.

Paulo Raimundo olha com confiança para as eleições autárquicas do próximo ano.

"O nosso congresso realiza-se num momento de resistência. Mas nós tínhamos duas opções a fazer perante isso: ou esperávamos que os ventos fortes passassem ou fazíamos aquilo que um Partido Comunista tem de fazer, perante a realidade concreta e as dificuldades todas deste mundo e deste país mais difícil, que é resistir de forma ativa, tomando a iniciativa. É isso que vamos fazer e estamos a fazer, combatendo à política que está em curso, que é um desastre para o país, afirmando alternativa, uma alternativa que tem combate às desigualdades e às injustiças e à brutal injustiça na distribuição da riqueza", explicou  Paulo Raimundo.

Perante o facto de o PCP ter tido maus resultados nos dois últimos dois atos eleitorais e   como se alterar  a tendência Paulo Raimundo adianta que "tem de melhorar ainda mais na ligação às pessoas" e "abrir esperança para as soluções".

"Nós temos um projeto autárquico que vale por si. Faremos por isso, mas nós não podemos menosprezar que, nesse conjunto de resultados eleitorais negativos que tivemos, não foi apenas por insuficiências do PCP. Foi também pelo quadro muito desfavorável e uma ofensiva muito grande ao PCP e à CDU, que não deve ser menosprezada na avaliação dos resultados eleitorais", sublinha.

A abertura dos trabalhos está prevista para as 10h30, no Complexo Municipal dos Desportos "Cidade Almada", no Feijó, concelho de Almada, com a projeção de um vídeo que faz um resumo da atividade do PCP desde o último Congresso, em 2020.

Depois das tradicionais votações do regulamento e horário, além de uma saudação aos delegados, Paulo Raimundo fará o discurso de abertura, no seu primeiro Congresso enquanto secretário-geral do PCP, após ter sido eleito na Conferência Nacional do partido em novembro de 2022, substituindo Jerónimo de Sousa.

De acordo com o PCP, os cerca de 1040 delegados, sao quase o dobro se  comparado com a última reunião magna do partido, em novembro de 2020, em que apenas participaram 600 delegados, face  às restrições sanitárias resultantes da pandemia de Covid-19.

Ao longo do Congresso, além das habituais intervenções de delegados, haverá também momentos de solidariedade para com a Palestina e relativos à paz - ambos com a divulgação de um vídeo -, assim como um outro momento de solidariedade para com a luta dos trabalhadores.

No sábado, está prevista, a partir das 18h30, a eleição do próximo Comité Central do partido, órgão máximo entre congressos.

De acordo com a lista apresentada pelo Comité Central cessante ao 22.º Congresso, a próxima direção comunista será ligeiramente mais pequena - passará a ter 125 membros contra os 128 atuais -, mais jovem (a média de idades passa dos 49 consagrados em 2020 para os 48) e terá mais mulheres (a proporção aumenta de 27,3% para 30,4%).

No total, entram 25 novos membros e saem 28, entre os quais a ex-deputada do PCP Alma Rivera, a antiga eurodeputada Ilda Figueiredo e os membros da Comissão Política do Comité Central Armindo Miranda e João Dias Coelho.

Transitarão para a próxima direção, do atual Comité Central, 100 membros, entre os quais o ex-secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa, o eurodeputado João Oliveira, o vereador na Câmara de Lisboa e ex-candidato presidencial João Ferreira, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, o deputado António Filipe, o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, e o ex-autarca de Loures Bernardino Soares.