À medida que 2024 se desenrola, a cena política portuguesa apresenta-se carregada de simbolismos e ações que indicam uma viragem à direita, suscitando um debate vibrante sobre o futuro do país.

A aparição de Luís Montenegro, empunhando o que muitos consideram ser uma "varinha mágica" reminiscente da AD, sinaliza um possível ressurgimento de políticas conservadoras. Paralelamente, Pedro Nuno Santos, numa manobra surpreendente, aproxima-se da ala direita do PS, ilustrando as dinâmicas fluidas e muitas vezes inesperadas do espectro político nacional.

Este período é também marcado por uma ausência de rejeição, por parte dos partidos na Assembleia da República, ao controverso "golpe de estado de secretaria" envolvendo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Presidente da República (PR) e influências opusdeistas, revelando uma passividade preocupante frente a movimentos que podem afetar a autonomia e a imparcialidade das instituições nacionais.

Ademais, o descontentamento ecoa com os protestos da associação Republica e Laicidade contra a decisão da televisão pública de dar palco exclusivo a um representante da igreja católica para a mensagem de Ano Novo, um privilégio comparável ao do Presidente da República e do Primeiro-Ministro. Este ato reflete as tensões entre secularismo e influência religiosa, um debate central na definição da identidade cultural e política do país.

Frente a este cenário, torna-se imperativo que as forças progressistas e de esquerda reavaliem suas estratégias e assumam uma postura mais assertiva. Plataformas como o Estrategizando surgem como catalisadores para essa transformação, incentivando o debate, a reflexão crítica e a mobilização cívica. Através de uma presença constante e influente, desde a celebração dos Reis (06.01) até o final do ano (31.12), estas plataformas visam não apenas informar, mas também inspirar e organizar a cidadania em prol de um Governo de Unidade Nacional, à semelhança de movimentos observados em países como Brasil e Espanha.

Ao subscrever e apoiar iniciativas como o Estrategizando, os cidadãos são convidados a participar ativamente no debate político, contribuindo para uma sociedade mais informada, representativa e justa. Num momento em que as dinâmicas políticas se mostram voláteis e decisivas, 2024 representa tanto um desafio quanto uma oportunidade para reafirmar os princípios democráticos e garantir que todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas na construção do futuro de Portugal.

 

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