As empresas comunicaram 497 despedimentos coletivos em 2024, um aumento de 15,3% (mais 66) face a 2023, superando os números nos três anos anteriores, segundo dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

Em 2024, houve assim 497 despedimentos coletivos, isto é, o valor mais elevado desde 2020, quando foram comunicados 698 processos ao Ministério do Trabalho.

Destes  171 foram de microempresas, 220 de pequenas empresas, 58 de médias empresas e 48 de grandes empresas.

Este valor compara com os 16 despedimentos coletivos em grandes empresas de igual período do ano anterior.

Em todo o ano passado, o número de trabalhadores que foram ou estao em processo de despedimento representam 6.085, uma subida de quase 60% (mais 2.266 trabalhadores) face ao período homólogo.

Destes cerca de seis mil trabalhadores, 5.758 foram já efetivamente despedidos, segundo dados da DGERT.

O número de trabalhadores abrangidos por despedimentos coletivos está a aumentar desde 2022 e é o valor mais elevado desde 2020, quando foram despedidos 7.513.

Por regiões, Lisboa e Vale do Tejo foi, a região onde se registou o maior número de despedimentos comunicados, totalizando os 259, isto é, pouco mais de metade do total.

Segue-se a região Norte, com 148, o Centro com 73, o Algarve com nove e o Alentejo com oito.

Quanto aos setores de atividade, cerca de um quarto (26%) dos despedimentos comunicados foram nas indústrias transformadoras, seguido pelas "atividades administrativas e dos serviços de apoio" e do "comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos" (ambos com 13%).

A coordenadora do Bloco de Esquerda apresentou um "pacote de medidas de emergência" para combater a "vaga silenciosa de despedimentos coletivos" no país e que inclui a reversão de algumas medidas impostas pela troika e no final de outubro, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmara ja  que o aumento do número de trabalhadores abrangidos por despedimentos coletivos é preocupante e  que o Governo estava a "acompanhar" a situação.

Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) comentou à Lusa os dados da DGERT dizendo que “o eixo franco-alemão está a dar sinais de fadiga“, referindo-se às crises políticas e, consequentemente, económicas que abalam os dois países nada dizendo sobre o impato negativo da guerra eslava.

Já o PCP questionou o governo na AR como se vê no clip abaixo !

 

https://youtu.be/UA95ZFS4hh8?si=fyDWQ5PB3Avx-yI7