A antiga ministra Maria de Lurdes Rodrigues alerta para “judicialização do sistema político” e defende que a Justiça deve explicações ao país, ao invés de “atirar os problemas para debaixo do tapete”.  

O Estrategizando anda a denunciar este golpe de estado de secretaria há quase cinco meses e a apontar o dedo à PGR, ao PR e aos opusdeistas desde o inicio do mais que obvio golpe!

“O pior que pode acontecer é consensualizar o silenciamento sobre os problemas que temos”, disse Maria de Lurdes Rodrigues, à TSF, em véspera do fórum do ISCTE que vai analisar 50 anos de políticas públicas e os desafios da democracia. 

“No campo da Justiça há, de facto, problemas que têm que ser enfrentados. Alguns não são novos, outros tiveram mais expressão nos últimos meses e que me parece negativo”, acrescenta, considerando que a ausência de uma reflexão “é o mesmo que enterrar a cabeça na areia ou atirar os problemas para debaixo dos problemas”. 

A atual reitora do ISCTE alerta ainda para o “uso desproporcionado de poder”, que, sublinha, levou à queda de dois Governos e com o silencio instalado em toda a AR ha que o dizer !

“Nos países democráticos não acontecem buscas domiciliarias e institucionais a partidos políticos. Isso é em regimes autoritários. Isso acontecia antes do 25 de Abril, em que existia perseguição de pessoas por motivos políticos. Isso não deve acontecer. Deve-nos preocupar”, afirma. 

Maria de Lurdes Rodrigues confessa que “tudo até pode ter uma justificação” e, como tal, “é absolutamente crítico” que a Justiça apresente explicações. “Os portugueses têm de compreender.” 

É na verdade aterrador ver todas as Esquerdas terem calado o que era evidente e ainda por cima terem criado esta situação surreal de mais que darem o poder à Direita terem deixado a extrema direita beneficiar deste escândalo ao ponto de deixarem na AR uma Esquerda com, na AR 39,68 % dos votos da Cidadania!

Enquanto as Esquerdas não refletirem seriamente sobre este estado de coisas só veremos o fascismo a crescer e a Direita a beneficiar com tal !

Uma velha e fria frase dos anos 70 do século XX tem de regressar ao nosso foco - fazer a análise concreta da situação concreta em vez de discursos de circunstância gerados no entusiasmo da ligação “aos nossos”!

As Esquerdas, por 3 vezes ja, deixou-se enrolar pelos discursos vaticanistas - em 2011, em 2022 e em 2024 e pensamos que ja basta!

Temos marcadas as Europeias, teremos provavelmente novas antecipadas, temos as autárquicas e as presidenciais ( que alias ja deveriam estar anunciadas por antecipadas por total desrespeito à Constituição da República de Portugal!

Urge que as Esquerdas partam para esses atos eleitorais com ambição unitária porque se não partirem perderão ainda mais votos divididas ate que estão na análise concreta da situação concreta isto é não atendendo ao imoato negativo de haver entre nós quem defenda a solução da guerra como possivel ( alguns até necessária…) sem considerar ate o como a guerra gera inflação, controlo da riqueza e desvios no mínimo autoritários!

Maria de Lurdes Rodrigues está mais que certa na critica que faz ao justicialismo e só lamentamos que não denuncie o sidonismo presidencialista e a atividade clandestina dos opusdeistas!

Sobre a Educação, a pasta de Maria de Lurdes Rodrigues entre 2005 e 2009, esta ex ministra pede “um olhar atento” à forma como os recursos aos serviços das escolas estão organizados e a ser utilizados. 

“O que todos os partidos prometeram foi a recuperação do tempo de serviço dos professores e, enfim, mecanismos de progressão. Tudo isso parece-me muito importante, como será importante, na minha opinião, dar atenção à forma como as escolas estão a funcionar e ao modo como estão a utilizar as bibliotecas, os computadores”, conclui.

O Fórum das Políticas Públicas, organizado anualmente pelo ISCTE, mas que se associou este ano às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, começa às 09h30 de sexta-feira e vai contar com a participação do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, do diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, ou da escritora Dulce Maria Cardoso, entre outros.

Além desta série de debates, o ISCTE irá ainda contribuir para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril com iniciativas como um colóquio dedicado ao tema do trabalho e das empresas ou uma sondagem, divulgada a 19 de abril, sobre as perceções públicas da Revolução dos Cravos.

Joffre Justino

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Foto de destaque: IA;