Em especial porque os 50 anos de abril mostram à evidente o fracasso daquele que ainda hoje é “o paizinho” de muitos dessa Direita o salazarento!

Na realidade, com tanto republicano para escolher, com tanto dissidente do regime fascista, como Cunha Leal, como Henrique Galvão, como Humberto Delgado, como Botelho Moniz, como Costa Gomes, esta lusa direita continua a sonhar com o fascio salazarentismo, com os spinolas e etc!

E claro com militaristas golpes de estado e ou com golpes de estado tout court!

Apanhado com os dois pés no ar, o seu atual lider, Marcelo Rebelo de Sousa trouxe à liça, para o estatelanço não dar nas vistas, a questão de reparação pelo passado colonial!

Questão com barbas brancas que envolve todos os países e impérios colonialistas desde que o Ser Humano o é e que historicamente gerou uma concentração da riqueza no espaço norte europeu, norte americano e chinês em especial!

O bom senso histórico justificaria um histórico e bem interessante debate, em especial sobre as raizes mestiças portuguesas, e sobre o Reencontro gerado pela Expansão portuguesa no que teve de positivo e de negativo

Mas ouvir um líder parlamentar das lusas direitas a dizer “Eu creio que o senhor Presidente da República, lamento dizê-lo, tem tido uma semana penosa e portanto há muitos aspetos que vieram para a discussão pública que são aspetos que não têm nenhum interesse e estão também eles fora de tempo, fora de contexto. Esse é um deles", como fez Rui Rocha quando questionado sobre a sugestão de Marcelo Rebelo de Sousa de que Portugal tem que reparar as ex-colónias, empurrando-se para um balofo populismo “a reparação que há a fazer é "”aos portugueses que hoje enfrentam salários baixos, uma pobreza que não tem sido possível superar, a emigração forçada sobretudo no caso dos nossos jovens".

E dando continuidade à asneira dizer “[Portugueses] que olham para tudo isto e hão de perguntar: mas quais são as prioridades do senhor Presidente
da República quando há tantos desafios em Portugal, tantas questões por resolver e o senhor Presidente da República se coloca de forma repetida com estas prioridades que me parecem absolutamente descabidas"”… para saudar o comunicado do Governo afirma que "não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de ações específicas com o propósito" de reparação pelo passado colonial português e defendeu que se pautará "pela mesma linha" de executivos anteriores é prova de uma total falta de visão histórica!
Reparemos e dando continuidade ao debate que situando Angola e Moçambique com dados não totais se vê que em Angola a população branca era de 12.000 brancos em 1910, de 20.700 em 1920, de 30.000 em 1930, de 40.00 em 1940, de 78.000 em 1950, de 172.000 em 1960, de 290.000 em 1970 e, por fim, de cerca de 330.000 em 1974, isto é 4 brancos por km2, no seu melhor momento!

Em Moçambique a situação não era diferente com 4691 brancos em 1904 a viver na capital para se chegar em 1960 aos 83480 brancos na então Lourenço Marques, ( os dados possíveis de obter em busca rápida na net…)

Para ficarmos com um valor comparativo a segunda guerra Boer na Africa do Sul, vivida entre 11 de outubro de 1899 e 31 de maio de 1902, impôs um exercito de 450 mil britânicos contra 80 mil dos Boers!

Eis a diferença entre o colonialismo luso e o britânico, o primeiro litoralista e de comercio ( e claro também de escravos) e o segundo de verdadeira ocupação!

Zangado sobretudo provavelmente com um mundo que o retirou de Angola o presidente da IL apresentou como hipótese Marcelo Rebelo estar "a sentir que o apoio que foi merecendo dos portugueses está a diminuir" e poder estar à procura de apoio "em franjas cada vez menos representativas da sociedade portuguesa" ou fora de Portugal, mas nada de assumir que essa perda de apoio do PR resulta do apoio ( liderança?) ao golpe de estado que gerou esta composição desta atual AR!

E entao o sr Rui Rocha vem criticar um tal “pacto de regime” contra a Justiça e e falar na necessidade de tranquilidade entre os partidos

E surgindo em defesa do golpr ( ele la sabe o porquê!), este dito líder da IL defende que houve "pouco bom senso" na sugestão atacando agora o presidente do parlamento por este defender uma audição da Procuradora-Geral da República!

O espantoso é o esquecer o desastre provado num tribunal de uma dita “operação influencer” e um assassino parágrafo saído das maos da PGR e o afirmar haver “ intromissão indesejável no principio da separação de poderes", intromissão feita pela PGR e por procurador que ja foi secretario de estado de um governo PSD!

Joffre Justino

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Foto de destaque: IA;  Imagem de representação simbólica do parlamento Português envolvido em polémicas. A imagem apresenta um conceito abstrato onde mãos de pedra representam facções políticas opostas, segurando pedaços de uma bandeira portuguesa rachada, simbolizando divisão e luta.