O PS vai pedir um debate de urgência próxima na quarta-feira, com a presença do ministro das Finanças, sobre a descida do IRS, anunciou a líder parlamentar socialista.

Na verdade os cerca de 200 milhoes também “é muito pouco”, como era em 2021 e somar o muito pouco a uma descida do IRS de 1.3 milhares de milhões de euro é verdadeiramente uma fraude com todas as letras!

Assim em conferência de imprensa, Alexandra Leitão denuncia que tudo que foi prometido sobre a redução do IRS, durante a campanha eleitoral, não passou de um "engano" e de um "embuste", seguindo Pedro Nuno Santos!

"O país assistiu nas últimas 24 horas ao desmascarar de um embuste e de uma fraude protagonizada pelo Governo. Depois do debate no programa de Governo, o primeiro-ministro ter anunciado uma descida de impostos, de IRS, no valor de 1500 milhões de euros, ficámos a saber que afinal essa redução de uns meros 200 milhões de euros", acusou Alexandra Leitão. 

"Isto é na verdade um embuste, uma desfaçatez e para quem tanto fala em lealdade e confiança, isto é mesmo a comprovação da total falta de credibilidade deste Governo", acusou.

E voltamos a lembrar a frase assassina do então a demitir-se Henrique Chaves “. "Não concebo a vida política e o exercício de cargos públicos sem uma relação de lealdade entre as pessoas nem o exercício de qualquer missão privada ou pública, sem o mínimo de estabilidade e coordenação"!

Ora o transformar 200 milhões em 1,5 mil milhões é a demonstração da falta de ética e de lealdade entre representantes da Cidadania na sua diversidade de opções

Até os “verdes” da AD por via do seu lider, Rui Rocha, tiveram de dizer que os PSD’s estão com problemas de decência.

E assim segundo este líder da Iniciativa Liberal sentiu-se forçado a dizer este sábado que o "estado de graça do Governo" acabou.

E tudo porque o tal choque fiscal prometido é apenas "um retoque" e acusou o PSD de começar a ter "problemas de transparência e decência".

"Acabou o estado de graça [do Governo] ao fim de 48 horas porque de alguma maneira aquilo que tivemos agora é o Governo, o PSD, a tentar não ser claro relativamente a esta matéria", afirmou Rui Rocha, em Matosinhos, num evento com liberais europeus dedicado às eleições europeias

Rui Rocha, considerou que o que o programa de Governo prometeu, e que já tinha sido prometido na campanha eleitoral, "não é um choque fiscal, é um retoque fiscal".

À RTP ontem sexta-feira, o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, defendeu que a redução de IRS prometida pelo Governo é "mais ambiciosa" do que a medida que vigora desde o início de 2024, mas clarificou que na realidade só rondará os 200 milhões de euros.

Miranda Sarmento tentou safar “a casa” do desastre explicando que os 1.500 milhões de euros de alívio no IRS referidos pelo primeiro-ministro esta quinta-feira, no início do debate do programa do Governo, não vão somar-se aos cerca de 1.300 milhões de euros de redução do IRS inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor quando na realidade é o que sucedeu


Também o cabeça de lista da IL às eleições europeias, e antecessor de Rui Rocha da liderança do partido, considerou que o Governo de Luis Montenegro não só deve explicações ao país como já revela problemas.

"Há problemas de essência, transparência e eu diria que hoje já começa a haver problemas de decência", disse Cotrim de Figueiredo.

Para o candidato ao Parlamento Europeu, "a essência do PSD não é suficientemente reformista numa serie de matérias e também de matérias fiscais, (...) transparência porque quando se deixa criar a ilusão de que os 1.500 milhões de euros são a mais do que já estava previsto, está-se a induzir as pessoas em erro, também não pode passar em claro e a IL não deixou passar em claro".

Já o líder parlamentar do PSD veio dizer hoje que o primeiro-ministro "não mentiu" e foi "claro e cristalino" quanto à questão do alívio fiscal, e reiterou que o Governo vai "baixar os impostos já" aos portugueses.

Hugo Soares falava aos jornalistas em Braga para responder às críticas da oposição, incluindo do secretário-geral do PS que acusou o Governo de estar a enganar os portugueses com o “embuste e fraude” que representa o alívio fiscal, quando afinal este rondaria apenas os 200 milhões de euros.

Segundo Hugo Soares, é preciso que "fique muito claro" que o Governo e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, não mentiram, nem tentaram enganar os portugueses.

Arrogantemente, Hugo Soares até veio afirmar à oposição, que esta tem de "se preparar melhor, estudar o que se diz e não ir a reboque de quem se enganou, imputando responsabilidades a outros, praticando uma política de má-fé".

"A oposição tem que se habituar que os políticos não são todos iguais", vincou Hugo Soares, contrapondo que "há quem seja cristalino" naquilo que diz aos portugueses.

Mas o problema é que Pedro Nuno Santos, em declarações à Lusa, criticou o facto de que a redução do IRS so representar cerca de 200 milhões de euros, uma vez que so se vão somar aos mais de 1.300 milhões de euros de alívio fiscal inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor

“Nós estamos perante um embuste, uma fraude, um Governo a enganar os portugueses. Nós estivemos meses a avisar de que as medidas, de que a candidatura da AD não era credível e esta é a primeira prova, é o primeiro momento em que isso fica claro”, acusou o líder do PS.

Para o lider do PS, “o choque fiscal prometido pelo PSD não durou nem sequer um dia” já que “dos 1.500 milhões de euros de poupança fiscal anunciados por Luís Montenegro, 1.300 milhões são responsabilidade do Governo do Partido Socialista”.

“É grave, é uma vergonha e é inaceitável que isto tenha acontecido no momento da apresentação do programa de Governo e esperamos mais explicações agora do primeiro-ministro”, disse.

Joffre Justino

---

Foto de destaque: IA;  ilustração simbólica representando a instabilidade política em Portugal. A imagem apresenta uma paisagem dramática com um céu tempestuoso, onde se destaca uma placa de pedra rachada com a bandeira portuguesa, simbolizando o estado frágil da governança.