As bases militares dos EUA… só as do sudeste asiático!

É certo que o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos, excluiu a possibilidade de os Estados Unidos terem acesso a mais bases militares no seu arquipélago do Sudeste Asiático.

O governo americano mantém mais de 62 mil soldados no Japão e na Coreia do Sul, além das bases militares, navios e aviões.

No Japão os EUA mantêm hoje o maior contingente militar estadunidense fora dos EUA no mundo pois têm em solo japonês 39.623 soldados (dados de junho de 2017 imagine-se agora…) em 122 bases, quartéis e outras instalações militares, resultado da ocupação pós-Segunda Guerra.

Além dos soldados, os EUA têm no país dezenas de helicópteros, caças e aviões de vigilância.

O país também abriga a Sétima Frota da Marinha, a maior dos EUA entre 50 e 70 navios e submarinos, 140 aeronaves entre o Pacífico e o Índico.

A frota tem também pelo menos 12 submarinos nucleares e 14 destróieres e cruzadores armados com com interceptadores de mísseis balísticos, lançadores de mísseis Tomahawk.

Depois da Alemanha (com 34.399 soldados), a Coreia do Sul tem o terceiro maior contingente militar americano fora dos EUA, com 23.297 soldados em 83 quartéis, bases e instalações militares.

O país ainda mantém as United States Force Korea, cuja missão é "deter agressões e, se necessário, defender a Coreia do Sul e manter a estabilidade no Nordeste Asiático".

Mais de 300 tanques estão posicionados na Coreia do Sul e um escudo antimísseis Terminal High Altitude Area Defense (THAAD), que provocou a revolta de sul-coreanos e da China, que é contra esta instalação do escudo na Coreia do Sul.

A ilha Guam de 163 mil habitantes é território dos EUA desde 1898, quando a Espanha o cedeu após a Guerra Hispano-Americana, ainda que gerida por um governo local.

Tem 4.299 soldados americanos em instalações e bases militares, incluindo a base aérea de Anderson, de onde partem os bombardeiros B-52 e outros caças e é também protegida por um sistema THAAD.

Guam já foi ameaçada pela Coreia do Norte, já que estaria no raio de ataque dos mísseis de médio alcance de Pyongyang.

Radares e sistemas de interceptação também estão instalados nas Ilhas Marshall, no atol de Kwajalein.

O Havaí é o Estado dos EUA mais próximo da Coreia do Norte e hoje é a sede do Comando norte-americano no Pacífico, que controla toda a região do Pacifico asiático. 

O Havaí tem 37.497 soldados, mas o Comando Pacífico hoje é responsável por 375 mil militares e civis, 200 navios, 1.100 aeronaves e mais de 130 mil militares e civis.

Nas Filipinas, na Tailândia e em Cingapura os EUA mantêm uma pequena presença militar incluindo cinco bases nas Filipinas.

A Tailândia permite que aeronaves dos EUA usem as suas pistas de pouso, e Cingapura mantém um dos quartéis da Marinha dos EUA e alguns navios dos EUA -- recentemente, o USS John S. McCain se envolveu em um acidente na região, colidindo com um petroleiro e matando dez marinheiros.

É neste contexto de militarização antiga que Fernando Marcos afirmou, “A resposta é não. As Filipinas não tencionam abrir [o acesso] ou estabelecer mais bases" no âmbito de um acordo de cooperação em matéria de defesa, declarou o chefe de Estado à France Presse.

Manila anunciara, no ano passado, que daria aos militares norte-americanos acesso a mais quatro bases militares, além das cinco previstas no âmbito do Acordo de Cooperação Reforçada em matéria de Defesa (EDCA), estabelecido em 2014.

Este acordo bilateral permite que as tropas norte-americanas efetuem transferências e armazenem equipamento de defesa nas bases filipinas.

As quatro novas bases incluem locais perto do Mar do Sul da China, uma área sobre a qual as Filipinas e a República Popular da China têm reivindicações concorrentes, e outra não muito afastada de Taiwan (República da China).

Marcos falava durante uma reunião com a Associação de Correspondentes Estrangeiros das Filipinas, em que participaram membros do Exército filipino e diplomatas estrangeiros.

Joffre Justino

---

Foto de destaque: IA; imagem ilustrativa destacando as bases militares dos EUA no Sudeste Asiático. A ilustração inclui um mapa da região com símbolos indicativos das bases militares, representações estilizadas de pessoal e equipamento militar, bem como um esquema de cores que sugere a importância estratégica da área.