A polícia iraniana anunciou hoje sábado, 13.04, que as mulheres que "promovem anomalias sociais como o não uso do 'hijab'" vão enfrentar ações judiciais, na sequência de uma nova campanha para voltar a impor a obrigatoriedade do uso do véu islâmico.
"A partir de hoje, a polícia de Teerão e de outras províncias atuará de acordo com o pedido da comunidade religiosa do nosso país e as suas expectativas em relação à sociedade islâmica, e confrontará as pessoas que promovem anomalias sociais, como não usar o 'hijab'", anunciou o comandante da polícia de Teerão, Abbas-Ali Mohammadi.
Muitas mulheres no Irão deixaram de cumprir com o código de vestimenta imposto, como o uso do véu, desde a morte da jovem Mahsa Amini, uma jovem com 22 anos.
Este dramático incidente ocorreu a 16 de setembro de 2022, depois de ser detida pela polícia da moralidade iraniana por supostamente usar o seu 'hijab' de forma incorreta.
"O povo iraniano é conhecido por respeitar a lei e apenas poucas pessoas ignoram a lei", acrescentou Mohammadi, enquanto ameaçava em especial a juventude.
A Polícia iraniana já tinha anunciado esta semana que a partir de hoje "aplicará com mais seriedade a legislação do 'hijab' e da castidade em todas as ruas e locais públicos", o que costuma acontecer com a chegada da primavera e o aumento das temperaturas.
A nova campanha para voltar a impor uso do véu ocorre como tentativa de reprimir as cada vez mais mulheres iranianas que deixaram de usar o véu em desobediência civil desde a morte de Mahsa Amini, que provocou fortes protestos no país.
O clima de protesto acalmou depois de uma repressão policial que provocou 500 mortos, tendo as autoridades iranianas tentado voltar a impor o uso do véu com vários métodos de coação.
Entretanto ultimamente aumentou o número de mulheres com o cabelo descoberto nas ruas de Teerão, em lojas e em restaurantes.
No início de março, a Amnistia Internacional (AI) denunciou que as autoridades iranianas estariam a levar a cabo uma campanha massiva de repressão contra as mulheres que não usam o véu, com a apreensão de milhares de veículos, penas de prisão e até chicotadas.
Apesar disso, muitas mulheres iranianas continuam a não se cobrir com o 'hijab'.
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, declarou no início deste mês que as mulheres iranianas devem "obedecer" e cobrir os cabelos com um véu islâmico.
No Irão, o 'hijab' - e o abrangente 'xador' preto usado por algumas mulheres - também é há muito tempo um símbolo político, especialmente depois de se tornar obrigatório nos anos que se seguiram à Revolução Islâmica de 1979.
Pois hoje foi um Dia de Memória desenvolvido pela Comunidade Bahaí de Lisboa e a Junta de Freguesia dos Olivais e o nosso protesto evidenciamo-lo com mais noticias do Evento desta Comunidade em nome dos Direitos das Mulheres.
Joffre Justino
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Foto de destaque: IA; imagemsimbólica ilustrando a luta pelos direitos das mulheres no Irão.