Afastados, também, mais três magistrados - o juiz federal Danilo Pereira Júnior e os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Uma investigação do CNJ, chamada correição, “identificou diversas irregularidades e ilegalidades ocorridas nos fluxos de trabalho desenvolvidos durante” a operação Lava Jato.

O corregedor Salomão cita a necessidade de resguardar a “ordem pública” que, segundo ele ficou “seriamente comprometida pelo agir irregular” dos citados e também a necessidade de “estancar” a possível conduta irregular.

O corregedor menciona, ainda, que “a ideia de combate à corrupção foi transformada em uma espécie de cashback para interesses privados” dos afastados.

Na prática, foi constatado um direcionamento incomum das verbas obtidas a partir de acordos de leniência com a Petrobras.

O dinheiro, segundo o corregedor, deveria ser destinado ao Estado brasileiro, mas foi utilizado “para atender a interesses privados, especialmente do então Procurador da República Deltan Dallagnol”, que era o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, no Ministério Público Federal.

Assim a atividade da Juíza Gabriela Hardt pode ser enquadrada em peculato, prevaricação e corrupção passiva.

A magistrada assumiu os casos da Lava Jato, na 13ª vara de Curitiba, depois que o então juiz Sérgio Moro assumiu o Ministério da Justiça, em 2019.

Foi ela quem condenou o então ex-presidente Lula a 12 anos de prisão em uma das investigações.

Na época, a juíza Gabriela Hardt teve outra decisão anulada por ter citado trechos iguais aos de outro documento.

O TRF4 não se manifestou até o fechamento desta matéria.

Citado no documento do CNJ, o ex-procurador Deltal Dallagnol não comentou o assunto.

Num comunicado, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), informou ter recebido a notícia com surpresa e disse esperar que o plenário do CNJ não mantenha a decisão do corregedor, por acreditar que os fatos citados não autorizam o afastamento.

A Ajufe informa ainda que os juízes Danilo Pereira Júnior e Gabriela Hardt têm “décadas de bons serviços prestados à magistratura nacional” e que não há razão para os afastamentos.

Mas na verdade as suas mãos estão bem sujas no uso fora da lei de fundos da Justiça!

 Nardia M.

---

Foto de destaque: imagem ilustrativa sobre o afastamento de magistrados relacionados com a operação Lava Jato. A cena retrata um tribunal dramático, simbolizando o caos judicial e a corrupção no Brasil.