Com uma trajectória artística que se iniciou nos anos 60, Serrat não se tornou apenas um músico, mas um verdadeiro poeta da canção. A Fundação Princesa de Astúrias destacou o seu papel na criação de "hinos colectivos com vontade universal", que transcendem o simples acto de cantar para se tornarem parte integrante do património cultural e emocional de várias gerações.
Nascido em Barcelona em 1943, Serrat possui uma carreira prolífica que abrange mais de cinco décadas durante as quais lançou mais de 40 álbuns e interpretou mais de 500 canções. Estes números impressionantes complementam-se com a sua habilidade em entrelaçar a poesia de grandes nomes como Antonio Machado, Pablo Neruda e Federico García Lorca nas melodias das suas músicas, tornando a poesia acessível e amada por um público vasto e diversificado.
As letras de Serrat falam de amor, nostalgia, compromisso social e político, reflectindo sempre uma profunda conexão com as lutas e esperanças do povo. Canções icónicas como "Mediterráneo" e "Penélope" tornaram-se parte do cânone musical não só em países de língua espanhola, mas também em todo o mundo, onde quer que a sua música ressoe.
A aposentadoria de Serrat dos palcos em 2022, marcada por uma última tournée memorável, 'El vicio de cantar 1965-2022', que culminou num concerto emocionante no Palau Sant Jordi em Barcelona, simboliza o fim de uma era, mas também o início de um legado duradouro. A despedida, longe de ser um silêncio, é um eco que reverbera, inspirando novas gerações de músicos e poetas.
A atribuição do Prémio Princesa das Artes das Astúrias a Serrat é um testemunho do seu impacto indelével na cultura global. Ele não apenas enriqueceu a música, mas também fortaleceu a identidade cultural de uma comunidade linguística inteira. Este prémio não apenas celebra a sua carreira fenomenal, mas também reconhece a sua música como uma ponte que liga diferentes mundos e culturas através da universalidade do seu apelo.
A celebração da obra de Joan Manuel Serrat é uma lembrança de que a arte é uma força poderosa, capaz de transcender barreiras e unir as pessoas, independentemente das suas origens. Como artista que cantou a humanidade em toda a sua beleza e complexidade, Serrat permanece uma voz vital na tapeçaria da música mundial.