Um general, Pinto Ramalho acredita que na reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional, que se realiza esta terça-feira, às 18h00, os chefes de Estado-Maior dos três ramos das Forças Armadas vão apresentar o caderno de encargos para os militares poderem cumprir com eficácia as suas missões, (e pimba lá se foi o caso Medio Oriente!)

O referido general lembra que o Conselho Superior de Defesa Nacional é um órgão que se pronuncia sobre questões internas que podem ter influência em situações externas e assim falará dos problemas que se colocam às Forças Armadas.

"Trata-se sempre de tratar todas as Forças Armadas como devem ser tratadas e reconhecer que não há investimento mais ruinoso do que em manter umas Forças Armadas com falta de pessoal, com falta de recursos humanos e com falta de capacidades. Ou as Forças Armadas estão devidamente equipadas e aptas a cumprir as suas missões, não só constitucionais e de soberania, como aquelas que são assumidas em termos de compromissos internacionais, ou então temos de nos interrogar porque é que as mantemos. Ou as Forças Armadas têm as capacidades para atuar como devem atuar em função daquilo que são as suas responsabilidades ou então é realmente um investimento ruinoso, porque estamos permanentemente a lutar com dificuldades, incapacidades e limitações", afirma.

Isto é, eis a versão lusa dos 2% do PIB para a Defesa vinda via os guerreiros da UE da sra Leyen!

Diz mais este general Pinto Ramalho, "Estamos num processo de escalada. Se realmente assistirmos, como foi dito pelo gabinete de guerra, a uma resposta que será uma resposta 'adequada e dolorosa', vamos esperar certamente que do lado do Irão aconteça o mesmo e vamos iniciar um processo que não sabemos como é que vai parar. Eu acho que, neste momento, devia haver contenção como foi dito por vários atores internacionais, não só na Europa como nos Estados Unidos, alertando para a ponderação, para que não se dê um processo de escalada que transforme o Médio Oriente numa guerra regional que não se sabe como é que depois termina e se não terá implicações mais dramáticas", avisa.

"Se iniciarmos este processo de resposta permanente, vamos entrar realmente num processo de escalada absolutamente imparável e aí será uma situação que se sabe como é que vai começar, mas não se sabe como é que vai acabar, portanto, ou realmente há contenção, ou estamos num processo muito complicado para juntar àquilo que já acontece na Ucrânia".

E a TSF foi ainda ouvir o fascio o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Martins da Cruz que veio defender que esta reunião foi convocada no momento certo, não só pelas questões internacionais. "É uma oportunidade para o Governo, pelo primeiro-ministro ou pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, fazer um ponto de situação sobre a realidade no Médio Oriente hoje, depois do ataque do Irão a Israel. Em segundo lugar, permitir às Forças Armadas, penso que pela primeira vez neste Governo, estar frente a frente com membros do Governo, primeiro-ministro, ministro da Defesa, ministro das Finanças, ministro dos Negócios Estrangeiros e apresentar um caderno de encargos, diria eu, ou seja, o que é que as Forças Armadas necessitam para cumprir as suas missões e para se atingir o teto de 2% do PIB em despesas com a Defesa, ( voilá!) que é uma imposição da NATO para todos os membros desta Aliança e que Portugal vai também ter que cumprir", refere.

Martins da Cruz diz ainda que, perante os desafios internacionais com as guerras na Ucrânia, em Gaza e a escalada o conflito entre Israel e o Irão é preciso garantir que as Forças Armadas portuguesas dispõem de condições para responderem às eventuais futuras missões. 

( uma guerra a seis mil km e outra a 12 mil km! )
"Os chefes militares vão seguramente apresentar quais são os problemas que enfrentam neste momento as Forças Armadas em função desta crise que está a nascer e da crise que temos também no Leste da Europa com a guerra da Ucrânia. Nós não nos podemos esquecer que temos, neste momento, não só uma fragata no Mediterrâneo por causa da crise no Médio Oriente, mas temos forças terrestres na Roménia e temos Força Aérea em Países Bálticos em missões ligadas ao conflito na Ucrânia. Tudo isto exige um esforço muito grande aos três ramos das Forças Armadas e exige mais meios logísticos e mais material de defesa. Penso que os chefes militares certamente aproveitarão esta oportunidade para apresentar aquilo que eles acham que as Forças Armadas necessitam para poder cumprir as suas missões", acrescenta.

Nos termos da Constituição, o Conselho Superior de Defesa Nacional é um órgão colegial específico, presidido pelo Presidente da República, de consulta para os assuntos relativos à defesa nacional e à organização, funcionamento e disciplina das Forças Armadas.

Fazem parte deste órgão o primeiro-ministro, os ministros de Estado e da Defesa Nacional, Negócios Estrangeiros, Administração Interna, Finanças e responsáveis pelas áreas da indústria, energia, transportes e comunicações, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e os chefes da Armada, do Exército e da Força Aérea… civilistas? ZERO !

Joffre Justino

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Foto de destaque: IA;   imagem representando uma reunião formal do Conselho Superior de Defesa Nacional, com oficiais militares e funcionários do governo em discussão estratégica. A atmosfera séria e o foco na defesa nacional são visíveis no ambiente.