O cerrado de sempre


De caminhos intermináveis 
De chão batido
Que de tão batido reflete
A dureza de um povo alegre e persistente 
Sua cor avermelhada
Numa terra marcada de aquecimento e morada
Mora um pedaço do Brasil.
Nessas terras de imensa 
Formosura e variedade
Formam-se  as veredas 
Com tamanha beleza
Que  faz  recordar da 
Da lindeza da Alma feminina.
Quando em sua tenra idade
De beleza descomunal
Se reflete nas estradas
De profundidade e flexibilidade 
Sua lindeza descomunal.
Cada ruptura dessa estrada de histórias mil
Balança o útero da moça -mulher
Sem muita experiência vivida 
Mas com vivências adquiridas
Cria e recria
Constrói e desconstrói 
Flashes de memórias
Das suas ancestrais 
De rezas e chás 
De relhos e conselhos viveram e experimentaram
Tempos árduos de opressão e submissão
Vieram antes de nós
Essas grandes mulheres 
Parideiras e curandeiras
Refletidas num cerrado 
Árduo e longínquo 
De simplicidade respeitável 
Garantir   a propagação de muitas gerações
Enredadas  com a tradição  oral  e  emolduradas por veredas acompanhadas de Buritis e seu majestoso Capim -dourado
Garantindo assim o sustento do cerrado
Como uma Mãe forte
Que protege e guarda seus filhos 
O cerrado guarda e protege
Sua água em partes do solo  encharcado
Numa vereda que absorve e cuida de forma materna
De um dos bens mais preciosos:
Sua água  abençoada 
Benção essa da mãe divina, da mulher trabalhadeira, da menina-moça
De beleza descomunal 
Fica no cerrado
De terra avermelhada 
E propaga sua tradição 
Com os seus e com os visitantes 
Mostrando ao mundo
Que em terras distantes 
Reside um povo
Forte e alegre
Vivendo e recriando
Suas tradições 
Através do artesanato e dê natureza surreal
Quando abre ao mundo
Os fervedouros de beleza descomunal.

Fatima Cristina Rodrigues
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Foto de destaque:IA;ilustração inspirada no poema "O cerrado de sempre" de Cristina Rodrigues, capturando a essência do cerrado brasileiro ao entardecer, a força e a beleza feminina, junto à riqueza cultural e natural desta paisagem única.