Quando falta a prospetiva e a agua na economia e na vida oh marketers do Turismo!

Ha falta de agua no Algarve e o Turismo ajuda a esta falta!

O turismo é uma atividade que só ganhou significado em Portugal na decada de 60 do século passado, apesar de esforços anteriores como os de Fernando Pessoa.

Salazar usou-o para angariar meios financeiros para a aquisição de armamento e alias ele dizia que pagava a guerra com as receitas obtidas do Turismo, o que enfim não foi bem verdade…

Ja a finais da década de setenta havia uma difícil gestão dos recursos aquíferos no Algarve e tal era denunciado por organizações ecologistas, que, como hoje acontece com a luta da Climaximo para a resolução da crise climática, foram sempre ignorados à exceção de alguma relativa simpatia de Mario Soares na luta anti nuclear!

Entretanto uma decisão dos municípios do Algarve em recuar no objetivo de aumentar a fatura da água já a partir de março foi considerada “uma boa notícia” para os hoteleiros, no momento do congresso da Associação da Hotelaria de Portugal, no Funchal.

“Decisões unilaterais, quer de aumentos de preço, ou de fortes racionamentos, são apenas pensos rápidos num tema de vital importância para toda a população que vive e visita o Algarve”, enfatizou Bernardo Trindade, presidente da AHP, no congresso do Funchal, realçando que os hotéis no Algarve já têm vindo a adotar nos últimos anos uma série de medidas neste campo, como adotar redutores de caudal nas torneiras ou ao nível da reutilização de águas de rega…

"Temos caminho feito, queremos ser parte da solução, há uma disponibilidade total da AHP para trabalharmos e atuarmos em conjunto com as diversas entidades, adotando medidas que façam uma melhor gestão deste recurso fundamental”, sublinhou Bernardo Trindade.

Os municípios algarvios estão obrigados a reduzir os consumos de água em 15% em 2024, sob pena de terem cortes de fornecimento desta ordem no próximo ano, na sequência das medidas decretadas pelo Governo para fazer face ao problema da seca no Algarve.

Esta obrigação envolve todos os sectores empresariais, incluindo a hotelaria, além do consumo doméstico.

Os hotéis assumem-se “comprometidos” em respeitar a sua quota parte, reduzindo já este ano os consumos de água em 15%, reconhecendo ser um objetivo “crítico”, face à previsão de procura elevada de turistas, em particular no verão.

A solução proposta pelos hotéis é avançar com um plano contendo 60 medidas para poupança de água, dos quais cada unidade tem de implementar 10 no imediato, de forma a atingir reduções de 15% nos consumos de água - documento que está na reta final para poder ser aprovado.

O plano de medidas de contingência na hotelaria inclui a criação de um “selo de eficiência hídrica”, designado ‘Save Water’ (à semelhança do selo ‘Clean & Safe’ durante a pandemia de covid), certificando que os hotéis que ostentam este selo estão a implementar medidas de poupança de água.

Exemplos das medidas que constam no plano - algumas das quais já estão a ser implementadas pelos hotéis algarvios - incluem adotar redutores de caudal nas torneiras (que no caso,dos duches deverá ser inferior a 9 litros por minuto, em vez dos habituais 12 litros), assegurar que nas piscinas a renovação diária de água não vai além de 3% do seu volume, ou manter níveis de rega mínimos nos espaços verdes, suspendendo o processo em fontes ornamentais que não tenham recirculação de água.

O plano inclui medidas mais "estruturais" e difíceis de implementar no imediato pelos hotéis, que defendem o seu prosseguimento em 2025.

“Temos um compromisso para reduzir 15% de água, e estamos empenhados em dar esse contributo”, garante João Soares, hoteleiro que representa a AHP no Algarve, adiantando que o plano de contenção de água apresentado pelos hoteleiros deverá ser aprovado nos próximos dias, com vista a poder ser implementado a partir de março…. Estando nós já a meados do mês.

“A hotelaria espera que nunca haja por parte dos municípios racionamentos ou cortes de água, que podem afetar gravemente o turismo”, destaca João Soares, aplaudindo o recuo das câmaras do Algarve em aumentar a fatura da água para o sector em 15%, elevando ainda mais os seus encargos. “Não faria sentido aumentar os preços numa altura em que a operação para o ano já foi acordada”.

Entretanto os grupos hoteleiros estão a estudar, com anos de atraso, a instalação de estações de dessalinização para os seus hotéis como já faz o grupo grupo Pestana, que jfoi pioneiro no Algarve.

“É fundamental haver uma política nacional de racionalização de consumos de água, mas também haver políticas concertadas de base regional com medidas entendíveis pelo sector”, sustenta António Trindade, presidente do grupo Porto Bay.

No mesmo atraso estão o grupo Vila Galé que ainda está a estudar a instalação de dessalinizadoras para os seus hotéis do Algarve, numa solução que permite regas de jardins, manutenção de piscinas e “tudo o que não seja água para consumo humano”a partir do recurso à água do mar tratada ou o grupo Memmo Hotels, que tem um hotel em Sagres (Memmo Baleeira). “Estamos a considerar ter um sistema próprio de dessalinização, só para o hotel”, adianta Paulo Duarte, diretor de operações do grupo. “Se bem que é um investimento considerável e requer maiores consumos energéticos”.

Urge que comecem a pensar Futuro e a agir Futuro senhores do Turismo antes que se acabe o negócio!

É que se em Portugal se despreza os que apontam os caminhos do Futuro o mesmo não sucede em parte importante da UE que até pode começar a boicotar lusa galinha dos ovos de ouro…

Joffre Justino

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Foto de destaque: IA; A imagem ilustra o contraste entre o turismo e a escassez de água no Algarve está disponível acima. Caso não a esteja vendo imediatamente, pode ser necessário rolar um pouco para cima nesta conversa para visualizá-la.