Para retomar o tema por nós tratado de diversas formas vejamos o que nos dizem os bahaí, uma religião que desde o seu inicio ligou espiritualidade e ciência.

Nao queriamos note-se acreditar quando teimosa e sistematicamente o juiz que julgou o caso em causa afastou o direito à defesa do Meio Ambiente das ações praticadas pelos Jovens !

Sem tal justificativa o juiz decidiu num caso recusando atender à inteligência dos atos praticados, e fingindo assim que lidava com criminosos sem reflexão sobre os seus atos, tal qual os juizes no caso Dreyfus, tal qual os tribunais plenários fascistas!

Acreditamos como na generalidade dos lusos juizes que lidamos com um cidadao que se situa na elevadíssima percentagem de portugueses que nos censos se diz católico e por isso citemos também o papa Francisco!

“Os escritos bahá’ís, por outro lado, explicam que o espírito humano existiu desde o início da criação, e, somente depois de um corpo humano de complexidade suficiente se desenvolver, os atributos do espírito puderam ser expressados neste plano da existência. Isso abriu o caminho a tipos diferentes de processos evolucionários – evolução social e espiritual – para levar avante a vida humana. O avanço da civilização hoje é conduzido por um corpo de conhecimento em rápida expansão – conhecimento adquirido tanto através de pesquisa científica na natureza, como através de estudo e aplicação da verdade religiosa, revelada progressivamente à humanidade.
Em várias passagens,‘Abdu’l-Bahá descreveu o ser humano como “o mais nobre produto da criação”1, que “deve libertar-se e emancipar-se do cativeiro do mundo natural”2 e, através do exercício do poder científico e intelectual, pode “modificar, alterar e controlar a natureza”3 e “controlar e adaptar” as leis naturais “às suas próprias necessidades”.4
Isso não significa que a humanidade deva se engajar numa relação predatória com a natureza. A interminável aquisição de bens materiais, estimulada pela ganância individual e coletiva, só agrava a destruição do meio ambiente. À medida que mais e mais pessoas passam a reconhecer que a criação é uma totalidade orgânica, aceitam também que os poderes singulares da humanidade sobre a natureza levam consigo o dever de preservar sua ordem e equilíbrio.
A contemplação dos fenômenos naturais faz avançar nosso entendimento da realidade espiritual. “Fixa no mundo teu olhar e por algum tempo nele pondera. Ele desvela o seu próprio livro diante de teus olhos e manifesta aquilo que a pena de teu Senhor, o Moldador, O de tudo informado, nele inscreveu”.5 A natureza pode, por exemplo, inspirar profundas percepções a respeito do conceito de unidade na diversidade. “Considerai o mundo dos seres criados: quão variados e diferentes são em espécie, embora sejam de uma só origem. Todas as diferenças que apresentam são de cor e forma exteriores. Essa diversidade de tipos é evidente em toda a natureza … Observemos … a variação da beleza, a beleza da harmonia, e aprendamos uma lição…”6
Os escritos bahá’ís estão repletos de metáforas da natureza que expressam conceitos espirituais como, por exemplo, nesta oração para crianças: “Ó Deus! Educa estas crianças. Elas são as plantas de Teu pomar, as flores de Teu prado, as rosas de Teu jardim. Permite que sobre elas caia Tua chuva; que o Sol da Realidade brilhe sobre elas com Teu amor. Permite que Tua brisa as refresque, para que sejam treinadas, cresçam e se desenvolvam, e manifestem a maior beleza. Tu és o Doador. Tu és o Compassivo”.7
Ver o reflexo dos atributos de Deus na natureza e entendê-los como uma expressão de Sua vontade inspira em nós um profundo respeito pelo mundo natural. Isso não deve ser visto como um convite para adorar a natureza. O gênero humano tem a capacidade de se emancipar do mundo da natureza; “Pois enquanto o homem permanecer prisioneiro da natureza, será animal feroz, já que a luta pela existência é uma das exigências do mundo natural”.8 No entanto, o mundo natural é uma incumbência divina pela qual todos os membros da família humana – como guardiães dos vastos recursos do planeta – são responsáveis.
Tal incumbência tem uma implicação especial no tratamento dos animais. ‘Abdu’l-Bahá escreve: “não é somente a seu próximo que os amados de Deus devem tratar com mercê e compaixão; antes incumbe-lhes manifestar a máxima benevolência a toda criatura vivente... Treinai vossos filhos desde a mais tenra infância a serem infinitamente carinhosos e amorosos com os animais”.9”
(Nossa Relação com a Natureza, Bahaí)
“Afirma o Papa Francisco: “se, às vezes, uma má compreensão dos nossos princípios nos levou a justificar o abuso da natureza ou o domínio despótico do ser humano sobre a criação, ou as guerras, a injustiça e a violência, nós, crentes, podemos reconhecer que então fomos infiéis ao tesouro de sabedoria que devíamos guardar” (LS, n. 200).
Com a Encíclica Laudato Sì (LS), o Papa Franciscoconvoca a humanidade para agir em favor de uma ecologia integral, da natureza e do homem na sua totalidade, porque a exploração do meio ambiente, numa atitude de egoísmo, indiferença, exploração, com estilos de vida irresponsáveis estão ameaçando o futuro da humanidade. Além dessa preocupação, o Papa fala de esperança, na urgência de preparar um amanhã melhor para todos. Das mãos de Deus recebemos um jardim, um paraíso; não podemos deixar um deserto para os que virão.
O grande desejo do Papa é que todas as comunidades se tornem “totalmente sustentáveis, no espírito da ecologia integral”: famílias; paróquias e dioceses; escolas e universidades; hospitais; empresas comerciais e agrícolas; organizações, grupos e movimentos; e institutos religiosos. Como afirma São João Paulo II: “O empenho do crente por um ambiente sadio nasce diretamente da sua fé em Deus criador, da consideração dos efeitos do pecado original e dos pecados pessoais, e da certeza de ter sido redimido por Cristo. O respeito pela vida e pela dignidade da pessoa humana inclui também o respeito pelos seres criados e o cuidado a ter com eles, pois são chamados a unir-se ao homem para glorificar a Deus”.”

Pois bem, esquecendo a Constituição da Republica, esquecendo a Lei de Bases do Ambiente, esquecendo Direito Constitucional à Resistência, este juiz condenou oito de 11 ativistas do movimento Climáximo a uma pena suspensa de um ano e meio

Os jovens estavam envolvidos no bloqueio da avenida Duarte Pacheco, em Lisboa, em dezembro de 2023, e o tribunal condenou-os por atentado à segurança de transporte rodoviário.

O automóvel poluidor tem pois prioridade sobre a Natureza que Deus nos deu, no contexto da ‘particula de Deus’ claro e merece proteção superior à defesa de um ar para todas e todos respirável!

Em relação aos outros oito arguidos, o tribunal referiu a existência de "dúvida insanável" em relação ao crime de desobediência, mas condenou-os por impedirem a circulação, aplicando uma pena suspensa de ano e meio, sem permitir a sua substituição por multa ou trabalho em favor da comunidade!

Vivam assim os ACP’s, os automóveis vetustos em uso por pobreza e incúria do luso cidadão e da lusa justiça!

Lembremos o Dia Europeu Sem Automóvel que claro cinicamente é por ca comemorado para fingir que somos “modernos”,

“Susana Miguéis disse à Lusa que a Zero fez uma análise dos dados das estações de medição da qualidade do ar deste ano (do início de janeiro a meados deste mês), nas estações da Avenida da Liberdade e de Entrecampos, e que a média na Avenida da Liberdade está em 45.7 microgramas de dióxido de azoto por metro cúbico, quando o valor legislado indica como limite uma média anual de 40 microgramas.
Como a diretiva sobre a qualidade do ar está a ser revista esse valor passará até 2030 a ser de 20 microgramas por metro cúbico e em 2035, num alinhamento com as recomendações da OMS, o valor será de 10 microgramas, explicou a responsável, para mostrar o quanto os valores de poluição em Lisboa são elevados. “Estamos 78% acima do recomendado pela OMS”, disse.
Nas declarações à Lusa, entre ruídos de motores e buzinas, Pedro Nunes lembrou também a revisão da diretiva e lamentou os custos socioeconómicos que decorrem da fraca qualidade do ar que se respira.
Tem custos, lembrou, de 1.100 euros por habitante de Lisboa por ano, pelas doenças que a fraca qualidade do ar origina, nomeadamente cancro e doenças do coração e pulmonares. “A fraca qualidade do ar é a maior causa de morte prematura ambiental na Europa, causa cerca de 400 mil mortes prematuras todos os anos, seis mil mortes em Portugal”, recordou.
Portugal nesta matéria está a caminhar em sentido contrário ao desejável, com as emissões poluentes a crescerem a um ritmo de 4,5% ao ano, quando esse valor devia era estar a descer, e o tráfego acima dos níveis de pré-pandemia, disse.
No Dia Europeu sem Carros, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, a Zero estará hoje em vários locais da cidade a medir a qualidade do ar.”
( in, https://lifestyle.sapo.pt/vida-e-carreira/ecologia/artigos/lisboa-poluida-por-emissoes-automoveis-no-dia-europeu-sem-carros-constata-associacao-zero )

Mas o juiz em causa quer lá saber do Futuros dos seus filhos e sobrinhos!

Viva o seu popózinho

Joffre Justino