No entanto, a realidade é bem diferente para a região sul de Portugal, onde o atraso na resposta dos serviços de emergência médica se tem tornado, tragicamente, numa constante.
Esta situação coloca o Governo português numa posição de responsabilidade inadiável. Não se trata apenas de uma falha técnica ou de um problema isolado; é uma questão de dignidade e respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos.
O direito à vida e à assistência médica em momentos de emergência é universal, e quando um Estado não consegue assegurar este direito, algo está profundamente errado. Como órgão de comunicação social comprometido com a verdade e com a defesa dos direitos do povo, é nosso dever chamar a atenção para esta situação de uma forma persistente e incisiva.
A situação torna-se ainda mais grave quando recordamos que este não é o primeiro caso. A demora inaceitável nos tempos de resposta do INEM tem vindo a ceifar vidas de forma implacável, especialmente em regiões menos centralizadas, como o Algarve.
Quando questionados sobre o atraso, os responsáveis mencionam frequentemente a falta de recursos e de profissionais, mas a realidade é que o país, e em particular o Algarve, continua à espera de soluções concretas e eficazes.
A exigência de uma resposta célere e eficaz não é apenas um apelo emocional, mas uma obrigação de qualquer Governo que pretenda zelar pelo bem-estar do seu povo. Na verdade, as próprias estruturas do Estado e o Primeiro-Ministro são os guardiões da confiança pública e da promessa de que a assistência será prestada a todos os cidadãos, independentemente da sua localização geográfica ou condição socioeconómica.
O Governo, neste contexto, deve assumir a responsabilidade e comprometer-se a uma reforma profunda e abrangente do sistema de emergência nacional. Essa mudança não pode ser adiada, nem disfarçada com paliativos que não resolvem o problema.
O Governo deve mostrar a sua determinação em investir e fortalecer o INEM, garantindo que as equipas de emergência estão preparadas, equipadas e posicionadas estrategicamente para chegar rapidamente a qualquer ponto do país.
Deixamos, ainda, uma mensagem à família enlutada, uma mensagem de solidariedade e de condolências, com a promessa de que continuaremos a pressionar e a exigir que o Governo tome medidas concretas para que tragédias como esta não se repitam. Exigimos uma resposta firme e assertiva, pois é intolerável que os cidadãos continuem a morrer devido a falhas que poderiam e deveriam ser evitadas.
Um Governo que não cumpre o dever de proteger os seus cidadãos é um Governo que perde legitimidade e confiança. Assim, aguardamos, com a esperança de todos os que acreditam na mudança, que o Primeiro-Ministro e as entidades competentes coloquem um fim a esta sangria de vidas, criando um sistema de emergência que seja digno e eficiente, como qualquer povo merece.
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Fontes:
1. Direção-Geral da Saúde e INEM – Relatórios de Atividade e Tempos de Resposta
2. Estudos sobre tempos de resposta nos sistemas de emergência na Europa