Ao que parece no aparelho de estado com este governo ninguém questiona a tipificação do bairro e o como fazê-lo evoluir no hoje chamado elevador social!
É a esses bairros que o secretário-geral do PS vai esta semana visitar projetos comunitários. Assim nos bairros do Zambujal e da Cova da Moura, no concelho da Amadora, e em Caxias, Oeiras, Pedro Nuno Santos tem agendadas reuniões com associações e agentes dd intervenção social e com os sindicatos da polícia.
De acordo com uma nota de agenda, divulgada pelos socialistas, Pedro Nuno Santos visita na segunda-feira os bairros do Zambujal e da Cova da Moura, na Amadora, "onde conhecerá iniciativas locais de apoio social e cultural".
No Zambujal, Pedro Nuno vai visitar a creche da Santa Casa da Misericórdia da Amadora, a Associação CAZAmbujal e a Associação de Moradores do Bairro do Zambujal, e na Cova da Moura estará na Associação Cultural Moinho da Juventude.
O secretário-geral socialista seguirá depois para Oeiras, onde visitará o projeto "Gira no Bairro -- uma esquadra aberta à comunidade", em Caxias.
Na terça e quarta-feira, Pedro Nuno Santos vai receber, no Largo do Rato, sede nacional dos socialistas, o Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia e a ASPP/PSP - Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.
Recordemos mais uma vez Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e residente no Bairro do Zambujal, que foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, falecendo pouco depois no hospital em Lisboa. A sua morte gerou uma onda de indignação e contestação social, alimentada por associações como a SOS Racismo e o movimento Vida Justa, que questionaram a versão apresentada pela polícia e exigiram uma investigação “séria e isenta” para apurar responsabilidades. Para estas entidades, a situação reflete uma “cultura de impunidade” nas forças policiais que há muito persiste.
Em resposta, a Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos, e o agente envolvido foi constituído arguido, encontrando-se atualmente de férias. Contudo, a resposta institucional não foi suficiente para conter o descontentamento social que rapidamente se espalhou. Nos bairros do Zambujal e noutros da Área Metropolitana de Lisboa, a revolta tomou a forma de atos de violência, com autocarros, automóveis e caixotes do lixo incendiados ou vandalizados, resultando na detenção de cerca de duas dezenas de pessoas e na identificação de outros suspeitos.
Perante esta realidade, o silêncio de grupos como o Movimento Zero e o 1143, que deveriam ser vozes de apoio ou mediação, é notório e ensurdecedor. Sem um olhar mais profundo da justiça sobre as raízes destes tumultos, é improvável que a revolta social se dissipe por si mesma. A indignação e o sentimento de injustiça continuam a ferver, agravados pelo recente ferimento de sete pessoas, uma das quais com gravidade, em confrontos que intensificam a necessidade de uma resposta clara e célere.
Assim, o Procurador-Geral da República apelou à máxima celeridade na investigação da morte de Odair Moniz, pedindo ainda rapidez nas perícias da Polícia Judiciária e do Instituto Nacional de Medicina Legal, de forma a restabelecer alguma confiança nas instituições e responder ao clamor de justiça que ecoa entre as comunidades afetadas.