As grávidas e um governo que mente

Em uma pergunta enviada ao Ministério da Saúde através do parlamento, o Grupo Parlamentar do PS referiu que o verão deste ano foi "particularmente penoso para as grávidas que necessitaram de aceder aos serviços de urgência de obstetrícia", situação que se agravou quando comparado com 2023.

"Face aos números vindos a público, referentes ao número de partos em ambulância, designadamente 40, à data de setembro de 2024, face a 13 em todo o ano de 2023, a senhor ministra da Saúde, afirmou na referida audição, que o número de partos em ambulância teria sido de 19", apontou o PS.

Tendo em conta que o transporte de doentes é uma atividade cuja fiscalização depende do ministério, o PS quer que o gabinete de Ana Paula Martins faça chegar ao parlamento os números de partos em ambulâncias.

"Durante o ano de 2024, e até ao mês em que nos encontramos (outubro de 2024), qual o número de partos verificados em ambulância, considerando o transporte de doentes urgentes e emergentes efetuados via INEM e via associações e corporações de bombeiros", questiona o PS.

Os socialistas querem ainda que o ministério envie esta "informação discriminada, entre os diferentes tipos de transporte de doentes que existem no país".

"Os encerramentos dos serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia aumentaram em 40% bem como o número de quilómetros percorridos pelas grávidas, que chegou a ser superior a 100 quilómetros para encontrarem um serviço de urgência aberto. Verificaram-se encerramentos consecutivos e em simultâneo e o número de partos em ambulância atingiu números inaceitáveis", criticou o PS.

Na mesma pergunta, os socialistas condenam que, apesar do "sucesso anunciado pela criação da linha SNS Grávida", não tenha sido "assegurado um ambiente seguro para o nascimento e para as mulheres durante a gravidez".

Joffre Justino