O drama de se ser Mulher e Negra até no Quénia

A polícia queniana anunciou na sexta-feira, 12.07, a abertura de um inquérito face à descoberta de corpos de mulheres mutilados numa lixeira da capital, Nairobi.

Se as testemunhas so tinham afirmado que tinham sido encontrados nove corpos na lixeira, a polícia de Nairobi disse mais tarde, num comunicado, que tinham sido descobertos "seis corpos gravemente mutilados, todos de mulheres, em vários estados de decomposição".

Ja a Comissão dos Direitos Humanos do Quénia (KHRC), citada pela EFE, disse que eram oito as vítimas, pelo que não há ainda informação consensual em relação aos números.

"O KHRC apela a uma investigação exaustiva para determinar a causa destas mortes e identificar os responsáveis. Os perpetradores devem ser responsabilizados", disse a organização.

Imagens publicadas nas redes sociais, de ativistas e membros da comunidade mostram-nos a carregar e a retirar os corpos, embrulhados no que pareciam ser sacos de plástico verdes, das pilhas de lixo.

As autoridades dispararam gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar uma multidão enfurecida que cercou uma esquadra da polícia perto do local da descoberta das vítimas em Mukuru, um bairro de lata no sul da capital, segundo a France-Presse (AFP).

"Foram iniciadas investigações para determinar a identidade e a forma como estas pessoas foram mortas", declarou aos jornalistas o chefe da polícia de Nairobi, Adamson Bungei.

A polícia judiciária declara que as mulheres foram mortas da mesma forma, mas não avançou mais pormenores.

Ja em Janeiro de 2022 a AI denunciou que, desde meados de 2021, 31 corpos foram despejados no rio Yala (oeste), um número que a polícia estima em 19.

Joffre Justino