Por isso, o sucesso da comunicação sobre sustentabilidade passa pela capacidade de dialogar com as dimensões cognitivas e emocionais do cérebro.
Primeiramente, o campo emergente da neurocomunicação oferece-nos ferramentas para entender como as mensagens sobre sustentabilidade podem ser estruturadas para acionar os circuitos cerebrais relacionados a valores como empatia, justiça e coesão social. Em outras palavras, é possível falar diretamente com a "moralidade embutida" no cérebro humano.
A neurocomunicação também nos ensina a importância de contar uma história. O storytelling não é apenas uma técnica narrativa; ele fala diretamente aos centros neurais responsáveis pela compreensão e pela memória. Assim, mensagens sobre sustentabilidade, envoltas numa narrativa cativante, não só captam a atenção como também permanecem na memória do consumidor.
Num mundo saturado de informação, o cérebro humano é constantemente bombardeado por estímulos. A neurocomunicação ensina-nos a como "cortar o ruído", utilizando gatilhos emocionais e cognitivos que ajudam a mensagem sobre sustentabilidade a destacar-se. A chave está na simplicidade e na capacidade de evocar emoções, permitindo uma digestão mais rápida e eficaz da mensagem pelo cérebro.
Os aspectos visuais também desempenham um papel crítico na neurocomunicação. Cores, formas e símbolos podem ser orquestrados de tal forma que ressoem com as predisposições neurais do consumidor. Por exemplo, o verde é frequentemente associado à natureza e à sustentabilidade, acionando áreas do cérebro relacionadas com o bem-estar e a tranquilidade.
Finalmente, a neurocomunicação pode nos ajudar a entender o poder da reciprocidade. Através do uso de linguagem e técnicas que estimulam a sensação de dar e receber, as empresas podem construir um ciclo virtuoso de engajamento com os consumidores. Quando um consumidor sente que uma empresa está a contribuir para o bem comum, torna-se muito mais provável que ele retribua, seja através da lealdade à marca ou de defesa da mesma.
Por isso, a neurocomunicação oferece uma oportunidade única para tornar a comunicação sobre sustentabilidade mais eficaz, dialogando diretamente com as complexidades do cérebro humano. Este é o ponto de encontro entre ciência e consciência, onde as empresas podem construir uma ponte robusta para um futuro sustentável. Afinal, como diria Carl Sagan, "A ciência não é apenas compatível com a espiritualidade; é uma fonte profunda de espiritualidade".
Daí que, ao aliarmos neurocomunicação e sustentabilidade, abrimos a porta para um diálogo mais profundo, mais humano e, sem dúvida, mais eficaz com os consumidores. Porque saber comunicar para o cérebro/mente que toma a decisão de "compra" tem arte e tem ciência.
Há que estar disponível para aprender, desaprender e reaprender novos conhecimentos que impactam e influencia a sociedade e essa é uma qualidade que muitos líderes possuem, o de terem a mente aberta a novas possibilidades e novas potencialidades, saindo fora da caixa das convenções.
Autor: HFox
Morgado Jr