Sob o tema 'Épico e Trágico - Camões e os Românticos', esta exposição, inclui obras de vários artistas e irá recordarv o contexto em que o poeta foi transformado em figura mítica para o Romantismo português, segundo o texto de apresentação.

Abrindo ao público na sexta-feira, 12.07, ficará na Sala do Teto Pintado do MNAA até 29 de setembro, dadas as comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões (1524-1580).

No centro da exposição estará um conjunto de desenhos preparatórios do artista Domingos Sequeira para a pintura 'A Morte de Camões', exposta em 1824 no Salão de Paris, depois enviada para o Rio de Janeiro, no Brasil, e oferecida ao imperador Pedro I (Pedro IV de Portugal), e que chegou a ser novamente vista em França, mas cujo paradeiro é atualmente desconhecido, segundo o MNAA.

Os desenhos preparatórios -- provenientes do MNAA, do Museu Nacional Soares dos Reis e de coleções particulares - recordam o poeta nos últimos momentos de vida, enquanto recebe a notícia da derrota do rei Sebastião na batalha de Alcácer Quibir, em Marrocos.

Na mesma exposição estarão obras de Francisco Vieira Portuense (1765-1805) que ilustram cada um dos dez cantos da epopeia, num projeto para uma grandiosa edição que não chegaria a ser concretizada.

Foi a partir dos finais do século XVIII, e mais tarde o impulso republicano que Camões e a sua vida aventurosa foram mais e mais motivo literário e artístico, e alguns temas d''Os Lusíadas' conheceram crescente divulgação internacional, numa cultura pré-romântica que também vai inspirar artistas como o portuense Francisco José Resende (1825-1893) e o mestre do Realismo Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), autor da pintura 'Camões e as Tágides' (1894).

O conjunto de obras a expor no MNAA , de Vieira Portuense, Domingos Sequeira, Francisco Metrass e Columbano, recordará o arranque do romantismo na arte portuguesa, comprometido com a celebração da história nacional e dos seus heróis.

Os temas camonianos, incluindo as lendas associadas aos últimos momentos do poeta, continuaram a ter eco e a ser abordados, durante todo o século XIX, tanto por pintores portugueses como por alguns europeus e gerando até o reforço do movimento republicano!