No centro da exposição estará um conjunto de desenhos preparatórios do artista Domingos Sequeira para a pintura 'A Morte de Camões', exposta em 1824 no Salão de Paris, depois enviada para o Rio de Janeiro, no Brasil, e oferecida ao imperador Pedro I (Pedro IV de Portugal), e que chegou a ser novamente vista em França, mas cujo paradeiro é atualmente desconhecido, segundo o MNAA.
Os desenhos preparatórios -- provenientes do MNAA, do Museu Nacional Soares dos Reis e de coleções particulares - recordam o poeta nos últimos momentos de vida, enquanto recebe a notícia da derrota do rei Sebastião na batalha de Alcácer Quibir, em Marrocos.
Na mesma exposição estarão obras de Francisco Vieira Portuense (1765-1805) que ilustram cada um dos dez cantos da epopeia, num projeto para uma grandiosa edição que não chegaria a ser concretizada.
Foi a partir dos finais do século XVIII, e mais tarde o impulso republicano que Camões e a sua vida aventurosa foram mais e mais motivo literário e artístico, e alguns temas d''Os Lusíadas' conheceram crescente divulgação internacional, numa cultura pré-romântica que também vai inspirar artistas como o portuense Francisco José Resende (1825-1893) e o mestre do Realismo Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), autor da pintura 'Camões e as Tágides' (1894).
O conjunto de obras a expor no MNAA , de Vieira Portuense, Domingos Sequeira, Francisco Metrass e Columbano, recordará o arranque do romantismo na arte portuguesa, comprometido com a celebração da história nacional e dos seus heróis.
Os temas camonianos, incluindo as lendas associadas aos últimos momentos do poeta, continuaram a ter eco e a ser abordados, durante todo o século XIX, tanto por pintores portugueses como por alguns europeus e gerando até o reforço do movimento republicano!