As projeções constam do relatório do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) sobre perpetivas económicas africanas, divulgado esta quinta-feira, 30.05, em Nairobi, no Quénia, onde decorre a assembleia anual da instituição.



De acordo com o relatório, a inflação em Angola é projetada para atingir um novo "pico" de 18,1% em 2024, caindo depois para 12,4% em 2024, devido à desvalorização da moeda angolana, kwanza, em 2023.

O número é inferior ao projetado há duas semanas pelo Banco Nacional de Angola, de 23,4 por cento.

O documento destaca que o setor agrícola "cresceu mais rapidamente do que a economia durante quatro anos consecutivos".


Quanto a Moçambique, o BAD prevê que o PIB deve crescer 5,2% este ano, e igualmente em 2025, mas alerta para o abrandamento das reformas face às eleições de outubro.

O BAD diz que o crescimento será "impulsionado" até 2025 pelo setor extrativo, "especialmente pela produção de gás", apoiado "pelas indústrias extrativas e pela agricultura, do lado da oferta, e pelo consumo privado e pelos investimentos diretos estrangeiros, do lado da procura".

O relatório lembra que "os principais ventos contrários decorrem das alterações climáticas", achando à velho FMI ter de referir "..um abrandamento na implementação de reformas com as próximas eleições gerais em outubro de 2024".

Para São Tomé e Príncipe, a "economia deverá crescer lentamente, 1,2% em 2024 e 2,1% em 2025", enquanto a inflação mantém "a tendência crescente", atingindo os 16,1% em 2024, embora com a previsão de queda para 7,2% no próximo ano.

O défice fiscal de São Tomé e Príncipe, segundo o BAD, deverá diminuir para 3,3% do PIB em 2024 e 2,9% em 2025.

"Os riscos de médio prazo para o crescimento incluem a fraca capacidade empresarial, fornecimento de energia por vezes instável e falta de investimento em infraestruturas comerciais essenciais", conclui o relatório.

Cabo de Verde deve ver o PIB crescer 4,7% em 2024 e 4,8% em 2025, mas o arquipélago pode enfrentar consequências imprevisíveis por ser dependente do turismo, quando se nota uma desaceleração do crescimento europeu.

"Os riscos para as perspetivas de crescimento incluem um abrandamento económico na Europa, perturbações nas cadeias de abastecimento de petróleo, progressos limitados na reforma das empresas públicas e impactos das alterações climáticas", lê-se no relatório do BAD.

Joffre Justino