Hoje, 09.09, os Bahaí lembram o Martírio do Bab

A Fé Bahá’í é uma religião que surgiu na Pérsia, hoje Irão, em 1844 com leis e escrituras sagradas próprias que se baseiam nos ensinamentos de Baha’u’llah e n tendo rituais, cultos, cleros e dogmas.

Esta fé nasce com a atividade espiritual de Ali Muhammad Shirázi de Sayyid, comerciante que após vários exames se entendeu diferente e se consagrou Báb (a porta) e chamou de Bábis os seus seguidores.

Em 1844, com os desejados primeiros dezoito discípulos em Shiraz consagrados como as “letras da vida”. Báb dispersou-os para diferentes localidades a fim de propagar a fé, mas não teve muito êxito e estes retornaram a Shiraz.

Em 1846, o Báb foi impedido de circular e censurado pelo regulador de Shiraz que temia pela quantidade de adeptos que por ele foram conquistados e pela rapidez com que crescia o movimento.

Revoltados, seus seguidores protestaram e conseguiram libertar Báb da cidade, mas em 1848 foi novamente preso, desta vez em Chihrig, um lugar mais longe, para que este ficasse mais isolado de seus adeptos.

Neste período, escreveu seu principal livro acerca de leis e ensinamentos.

Entre 1848 e 1850, houve diversos massacres por causa da prisão de Báb e como consequência destes, Báb foi levado a Tabriz e morto a tiros em público.

Seu corpo foi resgatado por um seguidor e escondido por cinquenta anos em diferentes lugares, e somente depois deste período seu corpo foi enterrado em Haifa.

Em 1852, os seguidores de Báb foram, na grande maioria, executados.

Bahá’u’llah teve sua vida poupada por causa da sua ligação com o ministro russo em Tehran (eram cunhados) e por causa da sua posição social.

Bahá’u’llah juntamente com os seguidores que não participaram da vingança foram perseguidos, presos e este, nesta circunstância, escreveu seu principal livro, o Kitáb-i-Agda.

Fundou a Fé Bahá’í e a divulgou em 1863, ano em que se proclamou o prometido anunciado por Báb.

Bahá’u’llah foi preso e exilado em locais de extrema segurança, mas não o bastante para impedir que seu filho mais velho, Abbás Effendi, se tornasse portador e intérprete de seus ensinamentos.

Abbás Effendi ficou conhecido como Abdu’l-Bahá, o servo da glória.

Características e Ensinamentos
* A Fé Bahá’í é monoteísta e acredita haver apenas um Deus que é cultuado com diferentes nomes.
• É contra qualquer tipo de preconceito e discriminação.
• É contra a má distribuição dos rendimentos e os conflitos entre países.
• Prezam pela harmonia entre ciência e religião.
• Buscam a verdade de seus ensinamentos sem clérigos.
• Coordenam suas atividades por meio de nove membros escolhidos por votação, em que maiores de 21 anos são permitidos a votar e a serem votados.
• Adota o número nove como número da perfeição já que é o maior dígito.
• Adotam templos de nove entradas com a exclusiva finalidade de realizar orações.
• Acreditam que a vida é somente um projeto para o crescimento espiritual que se inicia no ventre materno e se prolonga pela eternidade.
• Acreditam que a semelhança entre Deus e os homens é como um espelho para que o homem reflita as perfeições divinas, como a bondade, humildade, honestidade, veracidade, serviços e outras.
• Acreditam que o casamento é realizado pela união entre homem e mulher a fim de melhorarem a vida espiritual um do outro

O Bab

Siyyid ‘Ali-Muhammad(Persa: سيد علی ‌محمد‎ ) (20 de outubro de 1819 a 9 de julho de 1850), conhecido como o Báb(“A Porta”), foi o Profeta fundador da Fé Babí e precursor da Fé Bahá'í.

Nasceu em Shíráz, Pérsia (atual Irão).

Aos vinte e cinco anos proclamou ser o Qá’im (ou Mihdí) “Aquele Que Se Levanta” prometido aos muçulmanos, cuja vinda introduziria uma nova era para a humanidade.

Além de fundar uma religião independente, a Fé Babí, o Báb afirmou que Sua principal missão era anunciar a manifestação de um Profeta ou Manifestante de Deus que brevemente se revelaria.

O Báb significa "A Porta" (Árabe: باب‎), título designado por Ele mesmo, simbolizando o período de transição de Sua Manifestação Àquele a quem brevemente surgiria, na qual O Báb denominava "Aquele que Deus tornará Manifesto".

A Procura do Prometido

Em 1790 na Pérsia, um movimento iniciado por Shaykh Ahmad, aguardava a vinda do esperado Qá'im dos muçulmanos, também chamado Mihdí.

Depois da morte de Shaykh Ahmad, a liderança passou para Siyyid Kázim, ficando encarregado de guiar Seus discípulos ao Prometido.

Siyyid Kázim possuía muitos seguidores, e sempre lhes dizia que a vinda do Prometido estava próxima.

Mullá Husayn foi um dos mais notáveis de seus seguidores.

Pouco antes de morrer, Siyyid Kázim deixou algumas instruções a seus seguidores, de que deixassem seus lares e se espalhassem a procura do Prometido.

Mullá Husayn ao chegar em Shiráz foi recebido por um jovem, que mais tarde afirmou para ele ser o Prometido, o Qa'ím aguardado pelos muçulmanos, e o anúncio da vinda de uma Mensageiro maior que Ele próprio, ao se declarar se intitulou como O Báb "A porta".

Mullá Husayn foi então o primeiro a abraçar a Fé Babí.

Letras do Vivente
Antes de proclamar abertamente Sua missão, O Báb aguardava que 18 pessoas espontâneamente o procurassem e o aceitassem como o Prometido, sendo esses primeiros discípulos denominados como "Letras do Vivente".

Entre eles estava uma mulher, Táhirih, que aceitou O Báb sem nunca ter chegado a encontrá-Lo.

Teria ela O visto pela primeira através de um sonho.

Quddús foi o 18º a reconhecê-Lo.

Após estas 18 declarações, O Báb os instruiu a espalharem essa Nova Fé.

Perseguição
A Mensagem do Báb causou grande repercussão, e tanto Ele quanto seus seguidores foram alvos de perseguição e violências.

Diversos expositores afirmam que os Mullás (pessoas eminentes da época), acreditavam que quando o Qai´m esperado pelos muçulmanos viesse, conseguiriam alcançar um poder maior.

O que O Báb ensinava, entretanto, rompia as velhas barreiras e princípios que vigoravam no governo Persa, do qual predominava a corrupção em todos os setores dessa sociedade.

A situação do Irão no final do século XIX era muito má e era visto negativamente por muitos Europeus que por lá passaram, deixando registros sobre a decadência de tal civilização.

Entretanto O Báb foi aprisionado em momentos e em vários locais e seis anos depois da Sua declaração, O Báb foi executado por tropas de fogo em Tabríz.

Entre seus principais títulos estão, "O Ponto Primaz" e o "Ponto do Bayán".
Primeira Execução

O Báb e Anís foram erguidos por uma corda diante de uma enorme tropa de atiradores.

Segundo as profecias o Mahdi seria morto pelas mãos dos próprios muçulmanos e para evitar que isso acontecesse foi trazida uma tropa da Armênia composta inteiramente por cristãos.

Eles foram suspenso por uma corda e colocados de frente da tropa de 750 soldados organizados em três fileiras.

Foram feitas três rajadas de fuzilamento e depois dos disparos surgiu uma grande fumaça devido ao próprio funcionamento das armas de fogo da época.

Quando a fumaça se desfez a corda havia sido atingida e o Bab e Anís haviam desaparecido.

Relatos contam que o Báb foi reencontrado de volta na sua cela de prisão e a terminar uma ditado para seu secretário como se nada tivesse acontecido.

Outras fontes, que incluem relatos de persas e europeus dão diversas descrições, alguns em acordo com o suposto milagre na história Bahá'í, e alguns indicando um evento menos milagroso, como a sorte de ter arrebentado a corda.

Seja como for todos afirmam que Ele sobreviveu os disparos da primeira tropa de atiradores.

Segunda Execução e Morte

Diante do acontecido a tropa Armênia entendeu o episódio como um sinal de Deus se recusou a fazer novo disparo.

Assim foi necessário que o Bab fosse morto pelos próprios muçulmanos como previa a profecia.

O martírio do Báb ocorreu ao meio-dia, no dia 9 de julho de 1850, trinta anos após Seu nascimento em Xiraz

Muitos anos depois de Sua morte, os restos mortais do Báb foram secretamente transferidos de lugar para lugar até terem sido trazidos finalmente para o Santuário do Báb em Haifa no décimo patamar dos patamares.

E por isso os Bahaí lembraram hoje, em Lisboa, o Martírio do Bab numa simples e tocante cerimónia!