Ás ambições pessoais fazem destas coisas e em consequência na segunda volta das eleições para a Prefeitura de Fortaleza, o PDT, na facção Ciro Gomes, gera uma clara divisão interna
E se o partido decidiu, institucionalmente, pela neutralidade, os seus principais integrantes estão divididos entre apoiar o candidato petista Evandro Leitão ou o bolsonarista André Fernandes (PL) num país onde o embate entre Lula e Bolsonaro ainda tem impacto.
“Não serei puxadinho do PT", afirmou o ex-presidenciável, reforçando o distanciamento que mantém do partido de Lula, mesmo com a aliança formal que existe entre as duas siglas no cenário nacional.
Seis dos oito vereadores eleitos pelo PDT em Fortaleza declararam apoio a André Fernandes, enquanto apenas um optou por endossar Leitão.
Em contrapartida, o presidente interino do PDT, André Figueiredo, anunciou o seu apoio ao candidato petista, afirmando que os ideais de Leonel Brizola, fundador do partido, devem ser defendidos ao lado daqueles que lutam pela democracia. "Os verdadeiros trabalhistas jamais se alinharão ao bolsonarismo", declarou.
Também a juventude do PDT emitiu uma nota de repúdio contra o apoio de parte dos pedetistas a Fernandes, ressaltando que "trabalhista não vota em bolsonarista".
A escolha de Roberto Cláudio em apoiar André Fernandes levou a que o deputado José Guimarães, líder do governo na Câmara, tenha apelidado o posicionamento do ex-prefeito de uma "vergonha para a democracia", acusando-o de aliar-se ao fascismo em busca de sobrevivência política.
Apesar do enfraquecimento causado pela divisão no PDT, a campanha de Evandro Leitão minimiza o impacto desses apoios.
Os petistas se baseiam em uma recente pesquisa Datafolha que mostra um empate técnico entre Leitão e Fernandes, com 47% das intenções de voto para o bolsonarista e 45% para o petista.
Para o PT, Fortaleza representa a melhor chance de vitória entre as capitais onde o partido avançou para a segunda volta.
Com o apoio do presidente Lula e incentivando a rejeição ao bolsonarismo, a campanha de Leitão procura consolidar-se como a opção que defende os valores democráticos.
A disputa em Fortaleza, maior cidade do Nordeste e quarta mais populosa do país, é um microcosmo da polarização política que domina o Brasil.
De um lado, está o candidato do PL, associado a Bolsonaro e suas propostas ultraconservadoras e do outro, o petista Evandro Leitão, que tenta consolidar o apoio progressista para frear o avanço da extrema-direita na região.