Aquando da assinatura de um memorando entre o Estado e a fundação, em março, o então presidente da empresa pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP), Pedro Sobrado, disse que "o memorando significa que a obra regressa a Portugal num novo contexto, com o compromisso de que será exposta num ou vários museus nacionais, em articulação entre a Fundação Livraria Lello e a MMP".

A obra esteve envolta em polémica desde o final de 2023, quando a então Direção-Geral do Património Cultural decidiu autorizar a sua saída do país, contrariando pareceres de especialistas.

No dia 12 de março, o Governo anunciou a compra do quadro por um privado português, a Fundação Livraria Lello.

"Descida da Cruz", pintura sacra datada de 1827, faz parte de um grupo de quatro pinturas tardias de Domingos Sequeira, executadas em Roma, onde o artista morreu em 1837.

"A exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis tem já patentes quatro óleos e um conjunto significativo de desenhos de Domingos Sequeira, pelo que a 'Descida da Cruz' ficará exposta na mesma sala, enriquecendo o acervo disponível.

Serão igualmente expostos desenhos preparatórios da obra, pertencentes ao acervo do Museu, alimentando um 'diálogo' entre a coleção do museu e este valioso novo depósito", sublinhou o museu, num comunicado divulgado esta semana.

Domingos Sequeira é considerado o mais talentoso e original pintor português do seu tempo.

O museu vai realizar hoje uma série de breves visitas orientadas à pintura "Descida da Cruz", agendadas para as 10:30, 11:30, 15:00 e 16:00, de entrada gratuita.

Sendo hoje Dia da Criança, o Soares dos Reis vai também promover uma oficina para famílias com crianças entre os 6 e os 12 anos, às 15:30, "inspirada na temática da obra de Domingos Sequeira".

Joffre Justino

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Foto de destaqur: IA