COP16 reconhece contribuição de povos indígenas para preservar biodiversidade

Num gesto de reconhecimento a Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP16) aprovou hoje de madrugada, 02.11, por consenso, o reconhecimento da contribuição dos povos indígenas e das comunidades locais para o cuidado e a preservação da biodiversidade.

Esta aprovação ocorreu no último minuto da COP16, em Cali, e implica "a criação de um novo órgão subsidiário para o Artigo 8J" do Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, de acordo com o Ministério dos NegóciosEstrangeiros da Colômbia…. a ver vamos se nao será mais um tacho internacional para aumentar a poluição via circulação aerea…

"Histórico! Chegámos por consenso a um grande acordo em torno do Artigo 8J com três grandes conquistas na COP16 Colômbia", escreveu a ministra do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, Susana Muhamad, presidente da reunião, na sua conta na rede social X. Nasceu assim um grupo permanente destinado a assegurar a representação dos povos indígenas e das comunidades locais na Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica (CDB), que esperamos traga o bom senso milenar às relacoes internacionais!

Os representantes destes povos, vestidos com trajes e toucados tradicionais, começaram a aplaudir e a cantar de alegria à medida que vários textos sobre o assunto eram adotados.

Este foi o primeiro grande avanço da COP16, que teve início em Cali em 21 de outubro e se prolongou pela noite de sexta-feira para sábado, devido a um braço de ferro sobre o financiamento dos esforços da humanidade para deixar de destruir a natureza.

Vivam as verbas que matam mundo fora….?

"Este é um momento sem precedentes na história dos acordos multilaterais sobre o ambiente", afirmou Camila Romero, representante do povo quechua do Chile, que se regozijava com o facto de o acordo ter sido assinado em Cali.

Os 196 países-membros da CDB "reconheceram a necessidade constante da nossa participação plena e efetiva, dos nossos conhecimentos e inovações, da nossa tecnologia e das nossas práticas tradicionais", acrescentou.

Na quinta-feira, a Rússia e a Indonésia bloquearam a adoção deste texto há muito aguardado no final da cimeira, que se realiza num dos nove países que cobrem a Amazónia.

Para o representante da República Centro-Africana, "os povos indígenas serão os primeiros a fazer as pazes com a natureza", o objetivo do acordo de Kunming-Montreal adotado na COP15 em 2022.

No dia 26 de outubro, povos do Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname lançaram em Cali o "G9 da Amazónia Indígena", com o objetivo de ter "uma voz unificada para influenciar as decisões globais".

Os povos indígenas são "os guardiões da natureza", "na linha da frente da crise da biodiversidade", e a sua inclusão pode "gerar um diálogo mais equitativo" sobre o assunto, disse à AFP a presidente da COP16, Susana Muhamad, ministra do Ambiente da Colômbia.