PAZ, por favor !

Do nosso companheiro José Oliveira recebemos num email um anexo que entendemos útil publicar neste tempo de guerra tao adorada pelos guerreiros de sofá e outros!

Num email disse-nos ele,
“Amigos
Numa altura em que todos querem escalar a guerra, os caminhos da paz são esquecidos e até as poucas tentativas de a implementar são frequentemente rejeitadas como traição. Assim, cumpre lembrar os
princípios que podem assegurar uma paz verdadeira, justa, solidária e
duradoura.
Abraço
José Oliveira”

Trata-se de um texto de Jeoffrey Sachs que ajudamos a divulgar,


“DEZ PRINCÍPIOS PARA A PAZ PERPÉTUA
Jeoffrey Sachs, Common Dreams, 25-7-2024

Tradução e resumo de José Oliveira
   Em 1795, o filósofo Emanuel Kant publica o ensaio “Paz Perpétua”, centrando-se em 3 ideias fundamentais:
1 – Rejeição dos exércitos permanentes por serem grande ameaça à paz.
2 – Princípio da não interferência nos assuntos internos de outras nações.
3 – Construir uma federação global de estados livres.
Kant considera que uma declaração formal de guerra não custa nada aos dirigentes que a fazem, podendo até alegar motivações triviais. Para evitar isso, Kant defende que só o povo o poderia fazer. Aqui, Kant parece ignorar que as elites vivem isoladas do povo e que este pode ser facilmente manipulado.

Temos assim de lembrar os “Princípios da Coexistência Pacífica”elencados pela China há 70 anos e adoptados então pelos países chamados “Não Alinhados”:


A – Respeito mútuo pela integridade e soberania entre todas as nações.
B – Princípio da não-agressão mútua.
C – Princípio da não interferência mútua nos assuntos internos de outros estados.
D – Igualdade e benefícios mútuos nas interacções entre países.
E – Coexistência pacífica entre todas as nações.
Para implementar estes 5 princípios são necessárias 5 acções concretas:
a) – Fecho e desmantelamento de todas as bases militares em território estrangeiro. Os EUA e o R.U. são os maiores detentores mundiais.
b) – Fim das operações de mudança de regime e das medidas coercivas unilaterais.
c) – Aderência de todos os países com arsenais nucleares ao Tratado de Não Proliferação Nuclear e fim da corrida aos armamentos, com vista à eliminação de todas as armas nucleares.
d) – Empenho sério de todos os países em não escalar medidas de segurança à custa da segurança dos outros. Os estados não aderirão a nenhumas alianças bélicas que ameacem outrem e concordarão em resolver os diferendos por via pacífica.
e) – Os estados empenhar-se-ão em cooperar para proteger os activos comuns globais, cumprir os acordos de Paris e implementar os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável.
Actualmente, as maiores confrontações são largamente devidas à intenção americana de prosseguir a sua hegemonia unipolar via mudanças de regime, guerras directas ou indirectas, sanções unilaterais e à disseminação de bases militares (900) e a alianças belicistas.”

Entretanto não deixa de ser curioso relatar o vivido no Niger a exigir que basta de militares estrangeiros ou não mundo fora!

Quase impensável mas a acontecer em África - tropas dos EUA e da Rússia dividem ainda uma mesma base militar no Níger.

As duas estruturas militares estão juntinhas na mesma base porque as Forças Armadas dos EUA se preparam para deixar o país, por decisão da junta militar que agora governa o Níger depois de um golpe de Estado.

A retirada dos militares dos EUA ocorre no mesmo momento em que as tropas russas aterram no Níger, por um acordo também com o governo local, alinhado a Putin.

Por isso, ambas as tropas ocupam a Base Aérea 101, que fica ao lado do Aeroporto Internacional Diori Hamani, em Niamey, capital do Níger mas utilizam claro hangares diferentes da base.

As Forças Armadas dos EUA afirmaram que a presença dos soldados russos não constituem um perigo aos militares norte-estadunidenses que ainda estão na mesma base e do lado da Federação Russa entende-se também não haver razão de preocupação.