O líder do PS/Madeira defende que o atual executivo demissionário deve manter-se em gestão até à marcação de eleições antecipadas.
O dirigente socialista falava numa reunião da comissão política do partido, no Funchal, onde se tratou da crise política na região autónoma, na sequência da exoneração do presidente do Governo Regional e consequente demissão do executivo, após Miguel Albuquerque ter sido constituído arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção na Madeira.
Paulo Cafôfo defendeu que o atual executivo demissionário deverá manter-se em gestão até à marcação de eleições pelo Presidente da República, o que só poderá ocorrer a partir de 24 de março, quando a Assembleia Legislativa cumpre os seis meses de posse legalmente exigidos.
O líder do PS/Madeira considerou, no entanto, ser possível agendar eleições na região para o final de maio, ou realizá-las em simultâneo com as eleições para o Parlamento Europeu, em 9 de junho.
Os socialistas insistem que o PSD "não pode dar garantias absolutamente nenhumas" ao representante da República sobre a formação de um novo Governo e reforçam o apelo a Ireneu Barreto para que não valide a proposta apresentada pelo PSD nesse sentido.
"Se acontecesse isso [a nomeação de um novo executivo PSD/CDS-PP/PAN], o representante da República estaria a legitimar este regime, que como vemos e sabemos é um regime que está podre, e que a única solução de limpar e clarificar toda esta situação é a realização de eleições antecipadas", afirmou Paulo Cafôfo.
Na sexta-feira, após a audição dos nove partidos com assento no parlamento regional, o representante da República indicou que vai consultar o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a situação política na região, anunciando a sua decisão no final da próxima semana ou início da seguinte.
Joffre Justino