Apesar dos avisos da Organização Meteorológica Mundial que divulga o mais rápido crescimento e acumular de dióxido de carbono já registrado na história humana; apesar das denuncia dos impatos dos incêndios florestais que contribuíram para o aumento das emissões; apesar dos impatos das guerras e dos avisos das agência da ONU para as consequências sentidas por anos em ecossistemas e economias, os governos do mundo deixam o poder das petrolíferas dos automóveis dos combustíveis fosseis dominarem ao ponto de ser quem denuncia e a isa para o desastre que é penalizado!
Diz a ONU “A concentração de dióxido de carbono na atmosfera aumentou mais de 10% em apenas duas décadas. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, OMM, esse é o acúmulo mais rápido de CO2 já experienciado durante a existência humana.
O Boletim Anual de Gases de Efeito Estufa da OMM, divulgado nesta segunda-feira, relata um novo recorde em 2023, com emissões causadas por incêndios florestais e uma possível redução na capacidade das florestas de absorver o CO2.
Além disso, o levantamento ressalta que as emissões do gás ligadas às atividades industriais baseadas em combustíveis fósseis continuam “persistentemente altas”.
A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, diz que este novo recorde indica que o mundo está “fora do caminho para cumprir a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global bem abaixo de 2°C”.
Para ela, “cada fração de grau de aumento de temperatura tem um impacto real em nossas vidas e em nosso planeta".
Já a vice-secretária-geral da OMM, Ko Barrett, revela que por causa da vida útil extremamente longa do CO2 na atmosfera, o mundo está “fadado ao aumento das temperaturas por muitos e muitos anos".
Em 2004, a concentração de dióxido de carbono era de 377,1 partes por milhão, enquanto em 2023 chegou a 420 ppm, de acordo com a Rede Global de Vigilância da Atmosfera da OMM. Isso representa um aumento de 11,4% em 20 anos, e de 151% em comparação aos níveis pré-industriais.
A última vez que a Terra experimentou uma concentração comparável de CO2 foi de 3 a 5 milhões de anos atrás, quando a temperatura era 2-3 ° C mais quente e o nível do mar era 10-20 metros mais alto do que agora. Os gases metano e o óxido nitroso, também responsáveis pelo efeito estufa, atingiram 1.934 e 336 partes por bilhão, respectivamente.
Segundo Barret essas concentrações se refletem na velocidade do recuo das geleiras, aceleração do aumento do nível do mar e acidificação dos oceanos.
Ele alertou também para o número de pessoas que serão expostas ao calor extremo todos os anos, a extinção de espécies e o impacto nos ecossistemas e economias.
A análise dos dados mostra que pouco menos da metade das emissões do CO2 permanecem na atmosfera.
Pouco mais de um quarto é absorvido pelo oceano e cerca de 30% pelos ecossistemas terrestres, embora haja uma variabilidade considerável por causa de fenômenos climáticos como El Niño e La Niña.
Durante os anos de El Niño, os níveis de gases de efeito estufa tendem a aumentar porque a vegetação mais seca e os incêndios florestais reduzem a eficiência dos sumidouros de carbono da terra.
O relatório da OMM indica que num futuro próximo, a própria mudança climática pode fazer com que os ecossistemas se tornem fontes maiores de gases de efeito estufa.
Segundo a análise, os incêndios florestais podem causar mais emissões de carbono na atmosfera, e o aquecimento dos oceanos podem limitar a absorção do gás.
Consequentemente, mais CO2 permaneceria na atmosfera, acelerando o aquecimento global.
O Boletim de Gases de Efeito Estufa complementa o relatório sobre a lacuna de emissões do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Ambos foram publicados em antecipação à Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, COP29 em Baku, Azerbaijão.
Por cá, os juízes penalizam o mensageiro das más notícias por recorrer a meios drásticos para alertar o público, enquanto demoram uma década a condenar quem rouba as poupanças de milhares ou deixam em liberdade quem dispara para matar, protegido por uma farda que deveria ensinar a proteger, não a ferir. Assistem, impassíveis, a casos brutais, como o de uma criança violada numa escola, à vista de todos. Este é o triste reflexo de uma educação que despreza a cidadania e se rende a uma moral ultrapassada.
Joffre Justino